Manifestantes caminham pela Rua Halfeld


Por Renato Salles

10/05/2016 às 21h32- Atualizada 10/05/2016 às 22h01

Juiz de Fora entrou no calendário de manifestações favoráveis à manutenção do mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), parte da agenda do Dia Nacional de Mobilização Contra o Golpe, que levou manifestantes às ruas de 21 estados e do Distrito Federal nesta terça-feira (10). Na cidade, o ato pró-Dilma foi organizado pela Frente Brasil Popular e teve início no fim da tarde, com concentração na Praça da Estação. Por volta das 19h, o grupo saiu em caminhada em direção ao Parque Halfeld, onde a mobilização foi encerrada aproximadamente às 20h. Na avaliação de organizadores, cerca de 700 juiz-foranos engrossaram o protesto. Na análise da Polícia Militar, os números são mais tímidos e apontam a adesão de 200 pessoas.

Antes da marcha, os manifestantes se concentraram na Praça da Estação e se revezaram nos microfones de um caminhão de som posicionado no local. Várias lideranças de movimentos sociais discursaram e mostraram receios de retrocessos nos direitos da classe trabalhadora em um possível Governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB), que pode assumir a cadeira caso o processo de impeachment da presidente Dilma tenha sequência em sua tramitação no Senado. Estiveram presentes lideranças de movimentos sociais, sindicais, sem terra e estudantis. Os vereadores Roberto Cupolillo (Betão, PT) e Wanderson Castelar (PT) também participaram da mobilização.
Representante da Marcha Mundial das Mulheres, Laiz Perrut conclamou os movimentos a resistiram o que considera o golpe contra a democracia em andamento. “As minorias já estão sendo perseguidas. Até então, estávamos lutando por mais direitos. Agora, temos que nos mobilizar para que direitos já adquiridos não sejam retirados.” No mesmo tom, uma representante do Comitê dos Advogados Juiz-foranos Contra o Golpe mostrou receios com relação a possíveis retrocessos trabalhistas no provável Governo de Temer. “Aqueles que querem tirar a Dilma do poder buscam flexibilizar os direitos da classe trabalhadora. Nenhum possível substituto da Dilma, que não seja por meio das eleições, terá legitimidade para levar essas políticas adiante. Essa pauta foi derrotada nas urnas.” Na sequência, o sindicalista Flávio Bitarello, ligado ao Sindicato dos Professores (Sinpro), também pontuou que conquistas históricas estão em jogo. “Inclusive, a liberdade sindical.”

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Atos nacionais

Liderada por movimentos sociais e sindicais, os atos contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff se espelharam por diversas cidades do país. Ao todo, além do distrito Federal, 21 estados receberam mobilizações pró-Dilma: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Em algumas localidades, estradas chegaram a ser fechadas, incluindo vias mineiras como a BR-135, em Buenópolis; a BR-251, em Padre Carvalho; e a BR-040, perto do trevo de Congonhas.

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