Ato na Imbel relembra tragédia e protesta contra corte de benefícios


Por Tribuna

07/03/2016 às 17h31- Atualizada 07/03/2016 às 20h22

Atualizada às 20h21

Mobilização ocorreu no início da tarde desta segunda-feira (Foto enviada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas indústrias Químicas, Farmacêuticas e de Material Plástico de Juiz de Fora e Região - Stiquifamp/JF)
Mobilização ocorreu no início da tarde desta segunda-feira (Foto enviada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e de Material Plástico de Juiz de Fora e Região – Stiquifamp/JF)

Trabalhadores lembraram, nesta segunda-feira (7), os 72 anos de uma das maiores tragédias de Juiz de Fora, quando 14 pessoas morreram na explosão em uma oficina da antiga Fábrica de Estojos e Espoletas de Artilharia do Exército (a Feea), onde funciona a atual Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), no Bairro Nova Era, Zona Norte. O acidente aconteceu por volta das 8h do dia 7 de março de 1944 e deixou 11 mulheres e três homens mortos, todos operários da indústria. Nesta segunda, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e de Material Plástico de Juiz de Fora e Região (Stiquifamp/JF) realizou um ato em homenagem às vítimas. Na mobilização, que foi realizada na porta da Imbel, o sindicato também denunciou o que classifica como “atos arbitrários” contra os trabalhadores que estão atualmente na unidade.

PUBLICIDADE

“Foram cortados o seguro de vida do trabalhador e o café da manhã. O plano de saúde teve um aumento de preço que se torna inviável para o trabalhador continuar fazendo parte. Sem contar as retaliações no dia a dia, chegando ao cúmulo de dispensas de dirigentes sindicais, não só da unidade de Juiz de Fora, como em outras unidades”, diz o presidente do Stiquifamp/JF, Scipião Junior.

Conforme ele, as retaliações estariam se agravando nos últimos 30 dias, período em que foi iniciada a campanha salarial da categoria. “Na primeira reunião que realizamos, na quarta-feira da semana passada, já nos informaram de que o reajuste que darão este ano será zero. Isso não vamos aceitar”, diz Scipião. Nesta quarta (9), uma manifestação será realizada na unidade da Imbel em Itajubá. A indústria federal ainda tem fábricas no Rio de Janeiro, Magé (RJ) e Piquete (SP). Em Juiz de Fora, segundo o sindicato, são cerca de 200 funcionários.

Em nota, a Imbel esclareceu que quatro empregados de uma das fábricas não pertencentes à Juiz de Fora foram demitidos pelo exercício ilegal da atividade sindical. “A despeito das inúmeras solicitações aos sindicatos de informações sobre os respectivos quadros de dirigentes locais nunca terem sido respondidas, a empresa descobriu que aqueles quatro empregados usufruíam, indevidamente, das vantagens previstas para os cargos, contando para isso com a conivência de terceiros. Tais inconsistências prefiguram o cometimento de crimes de estelionato e falsidade ideológica e visando apurar os fatos e levantar as responsabilidades de pessoas, grupos e organizações envolvidos no episódio, foi instaurada uma sindicância, sendo dado aos empregados o direito constitucional da ampla defesa e do contraditório”, diz o comunicado.

Quanto a supostas arbitrariedades da Imbel praticadas pela diretoria, a empresa afirmou que todas as suas decisões têm se baseado nos princípios basilares da moralidade e legalidade, não se afastando deles sob quaisquer condições. “Nesse sentido, a Imbel desafia seus detratores a apontar de forma objetiva e clara qualquer decisão da diretoria da empresa que possa ser apontada como ilegal ou conflitante com a legislação em vigor ou com as orientações emanadas pelas diversas áreas e instâncias da Justiça.”

Já em relação aos alegados cortes de benefícios (café da manhã, seguro de vida, etc), a empresa informou que nada mais fez do que cumprir estritamente o que prescreve a legislação. “Nenhum benefício a que o trabalhador faz jus foi cortado: em função do grave momento econômico-financeiro que o país vive, alguns deles foram adequados aos percentuais e valores estabelecidos em Lei”.

 

 

O conteúdo continua após o anúncio

 

 

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.