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77% dos brasileiros reduziram o consumo de bens durante o período de pandemia

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Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), encomendada ao Instituto FSB Pesquisa, mostrou que boa parte dos brasileiros mudou o seu perfil de consumo neste período de pandemia. As principais razões que levaram 77% dos consumidores a reduzirem suas compras foram os impactos na renda e o medo do desemprego. Mas, para 23% dos entrevistados, o novo momento não trouxe mudanças, com isso, não reduziram em nada suas compras na comparação com o hábito anterior à pandemia.

Dentre a fatia que está temerosa quanto ao cenário durante e pós-pandemia, a pesquisa revelou que praticamente metade dos trabalhadores (48%) ouvidos disse ter “medo grande” de ficar desempregado. Somado ao percentual daqueles que têm “medo médio” (19%) ou “medo pequeno”(10%), o índice chega a 77%.

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Além disso, muitos deles já sentiram o efeito da crise no bolso. Do total, 23% já perdeu totalmente a renda, enquanto que outros 17% tiveram redução no ganho mensal. Isso significa dizer, segundo a pesquisa, que quatro em cada dez brasileiros acima de 16 anos perderam poder de compra desde o início da pandemia.

Levantamento mostra mudança de comportamento; quase metade dos trabalhadores disse ter medo de perder o emprego (Foto: Fernando Priamo)

Produtos consumidos

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Para medir o consumo dos seus entrevistados, a pesquisa da CNI elencou 15 itens para verificar quais seguimentos estão tendo maior procura durante a pandemia e quais serão as tendências de consumo após o isolamento social.

Dentre os produtos que tiveram um aumento no seu consumo neste período, destacam-se: produtos de limpeza (68%); produtos de higiene pessoal, como sabonete, shampoo e pasta de dente (56%); alimentos no supermercado (49%); serviços de streaming, como Netflix ou Spotify (36%); remédios (32%); e alimentos prontos (26%).

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Já num cenário pós-pandemia, além de manter e aumentar em cerca de 20% as compras de produtos de limpeza, higiene pessoal e alimentos no supermercados, os brasileiros ouvidos pela pesquisa disseram que querem elevar o consumo dos seguintes itens: roupas (20%); calçados (18%); e cosméticos (16%). Alimentos prontos e serviços de streaming estão entre aqueles nos quais os brasileiros pretendem reduzir após o isolamento, em índices de 39% e 30% respectivamente.

Além dos produtos citados, fizeram parte da lista os seguintes itens: móveis; bebidas alcoólicas; bebidas não alcoólicas, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e utensílios para cozinha.

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Comportamento futuro

Em linhas gerais, a maioria dos brasileiros planeja manter, no pós-pandemia, o nível de consumo adotado durante o isolamento social, o que pode indicar que as pessoas não estão dispostas a retomar o mesmo patamar de compras que tinham antes. Entretanto, 46% dos entrevistados pretende aumentar o consumo de, pelo menos, cinco itens dentre os 15 testados pela pesquisa. No total, 57% pretendem aumentar o patamar de consumo de ao menos um item, enquanto 44% afirmam que não aumentarão o nível de gasto com nenhum dos itens pesquisados.

Pandemia agrava endividamento da população

Um dado preocupante apontado pela pesquisa da CNI é o endividamento, que atinge mais da metade da população (53%). O percentual é a soma dos 38% que já estavam endividados antes da pandemia, e os 15% que contraíram dívidas nos últimos 40 dias, período que coincide com o início do isolamento social.

E, dentre quem tem dívida, 40% afirmam que já estão com algum pagamento em atraso, sendo que a maioria destes (57%) passou a atrasar suas parcelas nos últimos 40 dias. De maneira geral, nove em cada dez entrevistados consideram grandes os impactos da pandemia de coronavírus na economia brasileira.

Sobre a pesquisa

O levantamento foi realizado com 2.005 pessoas de todas as 27 unidades federativas do país. Os entrevistados foram ouvidos entre os dias 2 e 4 de maio. Em virtude do próprio isolamento social, as entrevistas foram realizadas por telefones fixos e móveis, em amostra representativa da população brasileira a partir de 16 anos.

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