Com o objetivo de informar a respeito do diagnóstico e tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), acontece neste sábado (14) uma caminhada em comemoração à Semana Municipal de Informação e Conscientização sobre o TDAH. A concentração terá início às 8h, em frente a Câmara Municipal, e segue descendo o calçadão da Rua Halfeld, contando também com tenda disponibilizando orientações e informações sobre o tema.
A iniciativa para se discutir o TDAH em Juiz de Fora veio através da lei nº 13.568, de 2 de outubro de 2017, que institui no calendário oficial do município o dia 13 de julho como Dia Municipal de Informação e Conscientização sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A proposta foi realizada pelo vereador e médico neurologista Adriano Miranda (PHS), com intuito de fomentar discussões sobre o tema na cidade. “Como neurologista, vejo grandes dificuldades das famílias em relação ao acesso a informações e entendimento do TDAH. A ideia é sempre promover algum ato para discutir e conscientizar as pessoas”.
‘Ponte entre escola, família e especialistas’
Segundo Miranda, é necessário construir uma ponte entre escola, família e especialistas, já que muitas vezes o diagnóstico é identificado dentro das escolas. “Até um certo período, pela legislação, existe obrigatoriedade das crianças serem aprovadas nas escolas. Quando elas de fato precisam ser testadas, percebem-se os problemas, como perda de rendimento escolar”, explica.
Foi o caso da Bárbara, de 10 anos. De acordo com a mãe e policial militar, Dalcema Oliveira Rosa, ela foi diagnosticada ainda cedo, com 4 anos, e a desconfiança veio no colégio. “A escola pediu para verificar, ela passou com o psicopedagogo, que fez vários testes por 2 ou 3 meses, até ser diagnosticada”, conta. “Quando veio a alfabetização, complicou um pouco mais e a batalha foi grande, mas hoje em dia o colégio atual dela está muito receptivo e procurando se inteirar para ajudar”.
O TDAH é um transtorno neurobiológico que atinge várias partes do cérebro, provocando geralmente falta de atenção, inquietude e impulsividade. Por não ser considerada uma doença, e sim um transtorno, o TDAH não tem cura, apenas tratamento. “Muitas vezes, o TDAH é tido como um modismo, mas, na verdade, a criança só precisa ser tratada, e os profissionais das escolas têm que estar preparados para recebê-las. Com tratamento certo, é possível reverter esse quadro, e a criança pode socializar normalmente como as outras”, afirma Dalcema.