Logo após a rodada do Brasileirão, segui escondido do frio, debaixo das cobertas, assistindo à minha eterna amiga das noites de domingo, agora mais moderninha. Tela LCD, vários canais e a transmissão ao vivo do encontro das feras Djokovic e Federer na final de Flushing Meadows. Era só o confronto do número 1 contra o número 2 do mundo. Difícil alguma coisa chamar mais a atenção no jogo do que o duelo dos tenistas.
Enquanto a dupla Djoko-Roger interrompia a aula de tênis nos finais dos sets, eu me permitia fuçar no celular: ver meus pontos no Cartola FC, a classificação da Série A, o final do jogo do Londrina contra o Caxias na Série C e uma zapeada tradicional para os amigos. Mesmo com tanta informação, mais a partida das duas lendas e a rapidez que a tecnologia permite aos “clientes” do mundo do esporte, nada chamou mais a minha atenção do que a atuação da juíza grega, Eva Asderaki-Moore, na final do US Open de Nova York.
Com olhar de águia, em pelo menos quatro pontos decisivos suas marcações foram mais precisas que as raquetes dos dois melhores do mundo. Lá da terra dos mitos e deuses, com um nome nada sugestivo à modernidade, Eva, a juíza, precisou – ou não precisou – da tecnologia para mostrar que estava certa. Teve uma passada do Federer que eu, o suíço, o sérvio e o evento inteiro acharam que foi bola dentro. A grega chamou o “out”. A tecnologia veio e mostrou a precisão cirúrgica do olhar da juíza, que estava certa. No final deu Djokovic, que gritou comemorando, “Isso é Esparta”, pois assistira ao filme “300” no dia anterior. Mas podia ser para homenagear a pátria da juíza grega ou até mesmo uma referência à mentalidade antiga da Fifa, que não aceita a ajuda da tecnologia no futebol.