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Cerveja artesanal: a redescoberta de um mercado em transformação

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O mercado de cervejas passa por mudanças sucessivas. Trata-se de um novo nicho ou, melhor dizendo, um segmento redescoberto. Ao se avaliar os dados do setor a partir de 2008, percebe-se que os fabricantes de cervejas especiais tiveram intensa expansão. Em termos percentuais, houve crescimento de 715% em dez anos.

Com certeza, isso é reflexo de mudanças nos hábitos dos consumidores e do mercado de forma geral. De acordo com a Innovare Pesquisas, a produção brasileira de cerveja industrial caiu cerca de 20% em 2015, quando comparada ao ano anterior (dados da Reuters). As cervejas especiais, no entanto, registraram uma alta no consumo, segundo estudo da Mintel – Inteligência de Mercado: suas vendas cresceram 36%.

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Essas mudanças profundas vêm impactando fortemente o modelo de negócio. Grande parte está ligada à máxima das cervejas especiais: “beba menos e beba melhor”.

Em Juiz de Fora, a tradição cervejeira vem do período da colonização alemã, que se iniciou a partir de 1850, período em que a região recebeu mais de mil imigrantes alemães. Na época, nove cervejarias foram abertas na cidade e, por muito tempo, funcionaram simultaneamente: Cervejaria Barbante (Sebastian Kunz – 1861), Cervejaria Kremer (Augusto Kremer & Cia – 1867), Cervejaria José Weiss (José Weiss – 1878), Cervejaria Borboleta (Irmãos Scoralick – 1880), Cervejaria Poço Rico (Irmãos Freesz – 1881), Cervejaria Winter (Frederico Winter – 1886), Cervejaria Dois Leões (Carlos Stiebler – 1895), Cervejaria Estrela (Guilherme Griese) e Cervejaria Tapera (Pedro Schubert – 1899).

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Com o desenvolvimento de novas tecnologias e da logística, tornou-se mais vantajoso comprar a cerveja que chegava ao botequim local do que se abastecer da produção local. A partir de 1890, observou-se uma forte tendência à concentração do mercado, a partir da aquisição e fusão entre as cervejarias, originando, assim, os oligopólios. Hoje, entretanto, caminhamos no sentido contrário, para a felicidade dos apreciadores de cervejas de alta e baixa fermentação e de experimentadores de plantão.

Atualmente, a grande revolução está no crescimento assustador de cervejarias e rótulos, seguindo a tendência e a demanda de consumidores e apreciadores. Para se ter uma ideia, em 2008, foram concedidos 41 registros de novas cervejas, quase o triplo dos 13 do ano anterior.

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), órgão regulamentador da indústria cervejeira no Brasil, aponta que já passamos de 600 cervejarias no território nacional, sendo a maioria delas microcervejarias, que produzem mais de 7.500 rótulos diferentes.

Com toda essa movimentação no mercado, as oportunidades são muitas: novos postos de trabalho; realização de eventos e encontros; vendas de insumos, máquinas e equipamentos; distribuição, revenda, logística e importação; gastronomia, harmonização, cardápios especiais, pratos exclusivos e exóticos; realização e organização de cursos para iniciantes na fabricação de cervejas ou cursos avançados; concursos e premiações; franquias de diversos formatos e consultorias técnicas e gerenciais.

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A lista de oportunidades que esse mercado proporciona é enorme. Hoje, a fatia de mercado das cervejarias artesanais ainda é marginal e trata-se de um segmento de nicho. O mercado cervejeiro no Brasil ultrapassa os 15 bilhões de litros anuais, e as cervejas especiais não chegam a representar 1% deste volume.

Se você pensa em trabalhar num negócio prazeroso, desafiador e com alta possibilidade de crescimento e inovação, o mercado das cervejas especiais é uma opção. Porém, fique atento a alguns pontos:

Se você está disposto a seguir esse caminho, é hora de se preparar. Faça cursos de introdução à produção de cervejas e harmonização; tenha suas próprias experiências, para que seja capaz de entender a complexidade e as sutilezas deste mercado; pesquise, estude, desenhe seu projeto e elabore um bom plano de negócios. Siga em frente e boa sorte!

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