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Agosto Lilás, Setembro Amarelo

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“Agosto Lilás” e “Setembro Amarelo”! Duas campanhas nacionais que buscam a nossa conscientização diante dos problemas sociais representados, respectivamente, pela violência contra as mulheres e pelo suicídio.

Mais do que a sucessão de dois meses e o simbolismo cromático de cada qual, essas duas campanhas guardam entre si ingredientes de um drama: o das mulheres que preferem se matar a continuar sofrer com a violência contra elas praticada, seja sexual, seja moral, seja psicológica.

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Sim, violência doméstica e suicídio, não raro, aparecem como dimensões brutais na realidade de muitas mulheres, que, acossadas pelo sofrimento diário e não vislumbrando qualquer esperança, optam por tirar a própria vida. Para se verem livres da violência do seu agressor, elas se valem, portanto, de um ato de violência contra si.

Esse aspecto deixa patente a perversa combinação que muitas vezes encontramos entre violência doméstica e suicídio! Combinação que ficou ainda mais patente ao longo da crise sanitária trazida pela pandemia, cujos desdobramentos potencializaram a violência doméstica: a instabilidade econômica, o desemprego e, notadamente, a experiência da quarentena, graças à qual as mulheres se viram obrigadas a permanecer mais próximas e por mais longo tempo com seus agressores.

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Mas é preciso despertar o que há de melhor em nossa retina solidária para, afinal, nos perguntarmos: por que não combinar lilás e amarelo? Para enfrentar a violência doméstica e o suicídio (ambos problemas sociais, ambos problemas de saúde pública), é preciso primeiro que tomemos como nosso o drama de tantas pessoas. Nosso?

Sim, não devemos perder de vista que somos, em maior ou menor medida, atingidos cada vez quando uma mulher tira sua vida em razão da violência doméstica. Há um custo social, vale dizer, um custo que recai sobre a sociedade como um todo e que, consoante alguns estudos, impacta o PIB nacional e significa bilhões tirados dos cofres públicos, seja com gastos na saúde, seja na segurança pública etc.

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Sim, é preciso articular agosto e setembro, além de combinar lilás e amarelo. Desse esforço é possível que saia conscientização, mobilização, determinação para ajudar tantas pessoas que sofrem.

Sim, é preciso articular agosto e setembro, lilás e amarelo, para que dessa alquimia do espírito nasça, mais do que ouro, outro produto, esse mais imperecível e mais nobre: a esperança!

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