No período de 1601 a 1700, a Bahia era formada pela maioria da população pobre, excluída, explorada, clero, governo, fidalgos e a corrupção dos portugueses. O Estado nordestino formou alguns intelectuais e controlou a vida religiosa. Além disso, tornou-se polo jurídico e administrativo da colônia.
O baiano Gregório de Matos Guerra, o “Boca do Inferno”, foi o primeiro escritor da história brasileira a criticar a sociedade. Ele usava uma crítica ácida, através de sua poesia satírica. No distante século XVII, Gregório afirmou que: “O honesto é pobre, o ocioso triunfa, o incompetente manda”.
Os honestos têm oportunidade no Brasil? Milhões de trabalhadores brasileiros trabalham e pagam impostos exorbitantes. Entretanto não são beneficiados. Educação, saúde, transporte, segurança pública são ineficientes… Os que são ociosos levam vantagens? Muitos são vadios e preguiçosos, não fazem nada ou fazem as coisas sem vontade. Alguns conseguem “resultados positivos”, seja através de indicação de pessoas influentes para exercer cargos políticos, na base do “puxa-saquismo”, na ilegalidade do tráfico de drogas e na infâmia da corrupção e do estelionato.
As fraudes e os acordos espúrios não são os únicos problemas relevantes do país. A incompetência de vários funcionários na administração e na gestão dos setores públicos e privados é também considerada agravante no Brasil atual. Há pessoas incompetentes que exercem cargos de chefia, principalmente nos órgãos públicos. Os cargos comissionados são preenchidos por indicações políticas, significando um autêntico cancro na administração pública, bem como acarreta o inchaço do estado, o assistencialismo, a compra de votos de famílias inteiras de eleitores nos períodos de eleições.
Enfim, Gregório de Matos, o “Boca do Inferno”, tinha razão. Em pleno século XXI, o homem honesto é injustiçado e não tem condições financeiras favoráveis. O ocioso vive na malandragem e prepondera. O incompetente manda, porém é analfabeto, incapaz, inábil, ignorante, insuficiente, imperito.