Amanhã é aniversário de Juiz de Fora: 171 anos de história! Eu certamente tenho muita coisa a dizer da cidade onde nasci, onde sempre vivi e onde tenho vivenciado as experiências mais significativas da minha vida pessoal, profissional e familiar.
Como presidente da Câmara Municipal, entendo que esta data impõe não apenas um olhar retrospectivo sobre a rica experiência histórica de Juiz de Fora, mas também nos faz pensar no presente e – o que é fundamental – nos instiga a pensar nos futuros possíveis de nossa cidade.
Futuros possíveis, sim, pois acredito que, por mais difícil e tormentosa que seja a conjuntura do presente, cumpre acreditar que a história é tempo de possibilidades e não de fatalismos paralisantes, como nos ensina Paulo Freire.
Pensando e agindo assim, elaboramos e, agora, apresentamos a Juiz de Fora o “Plano Estratégico 2021-2022: uma cidade se constrói com sonhos e planos”.
Mas por que falar de Plano Estratégico no aniversário de 171 anos Juiz de Fora?
A resposta é simples: mais do que olhar para o conjunto admirável de feitos passados, Juiz de Fora nos convida, nos convoca, nos intima à tarefa de, no presente, construirmos a “História do futuro”, para aqui lembrar o padre Antônio Vieira.
E a Câmara Municipal de Juiz de Fora vem dando mostras de que está consciente das demandas essenciais da cidadania juiz-forana. Assim, o Centro de Atenção ao Cidadão (CAC) e o Serviço de Atendimento ao Consumidor (Sedecon) vêm atuando no sentido de que as pessoas possam fazer valer os seus direitos e se afirmarem, efetivamente, como cidadãs e cidadãos.
Ainda na perspectiva de representar bem e condignamente a sociedade de Juiz de Fora, a Câmara Municipal de Juiz de Fora tem procurado o aperfeiçoamento de seus servidores e suas servidoras.
Nesse sentido, várias medidas têm sido tomadas para aperfeiçoar a dinâmica interna da instituição, seja no plano da eficiência e eficácia da gestão administrativa, seja no plano do controle interno e da transparência dos atos e procedimentos.
Passo adiante, é importante assinalar uma medida decisiva neste nosso primeiro semestre como presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora: a realização de cursos e de seminários para aperfeiçoar o processo legislativo local e produzir leis que tragam efetivas melhorias nas condições de vida da cidade e representem conquistas e avanços para a sociedade local.
Mas a Câmara Municipal quer e tem conseguido mais: tem sido protagonista no processo de desenvolvimento local e de afirmação das demais Câmaras Municipais como instituições essenciais à democracia.
Temos conseguido mobilizar mais de cem Câmaras Municipais, da região e fora dela, que participaram de vários encontros virtuais em que tratamos de temas-chave, como democracia, representação política, controle interno, gestão, Direito do Consumidor e outros assuntos que estão na agenda da cidadania.
“Cidades Invisíveis” é uma obra essencial de Ítalo Calvino, em que encontramos um diálogo imaginário entre Marco Polo, o célebre navegador italiano, e Gengis Khan, o imperador mongol. O tema da conversa eram as cidades que Marco Polo conhecera ao longo de suas viagens pelo mundo.
Dentre as lições por mim colhidas nessa leitura, uma me parece essencial e oportuna: as cidades se constroem não somente pelas suas memórias e pelos seus feitos históricos, mas também e sobretudo pela capacidade e pela audácia de pensar, planejar e construir o seu futuro.
No aniversário de 171 anos de Juiz de Fora, que nos sirva, agora, a lição do poeta universal e juiz-forano Murilo Mendes: aprendamos a fazer da memória do passado e do presente a matéria-prima para a construção do futuro.
Parabéns, Juiz de Fora!
*Esse espaço é para a livre circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail (leitores@tribunademinas.com.br) e devem ter, no máximo, 30 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.*