Na Terra, somos viajores advindos de outros tempos e de outras paragens. Carregamos conosco a bagagem adquirida em inúmeras passagens encarnatórias. Guardamos, em nossa alma, tesouros imperecíveis e também nosso eu, rico de valores do caráter, mas, lamentavelmente, nossos defeitos a serem burilados.
A vida chega-nos como uma oportunidade de progresso, de evolução lenta e gradual rumo à perfeição. Nesse longo processo de aprimoramento de nosso espírito, que é contínuo, vamos assimilando valores, na medida que praticarmos a boa conduta, norteada pela nossa consciência cristianizada.
Como filhos de Deus, trazemos dentro de nós a bússola sagrada do caminho reto e da conduta ilibada. A paz oriunda do cumprimento do dever confere-nos a consciência tranquila, quesito basilar da conquista da felicidade.
Jesus, espírito de maior envergadura moral que veio a esse planeta, descortinou-nos esse roteiro, iluminando nossos corações, mostrando-nos a trajetória a ser percorrida. “Eu sou caminho, a verdade e a vida.” “Eu sou a luz do mundo.” “O meu reino não é deste mundo.”
Num mundo de provas e expiações como é o nosso planeta, a felicidade vem com a paz de consciência e com a fé no futuro. Uma construção a ser feita através do trabalho digno e do progresso. É de dona Isabel a frase: “Não existe milagre. Existe trabalho e progresso. Felicidade é consequência”.
O mundo vem nos oferecer essa chance de evolução. Porém é preciso que nos atentemos para que reconheçamos as estradas virtuosas dos caminhos traiçoeiros. Oportunidades justas de ascensão moral e de sabedoria ou de escolhas equivocadas, suscitando verdadeiros tropeços que poderão nos precipitar aos abismos do fracasso. A ilusão está em toda parte, convidando-nos a essas quedas vertiginosas. O mal se apresenta como habitual e corriqueiro, porém continua sendo o descaminho, como canto da sereia, sedutor e traiçoeiro.
A bagagem que trazemos nos confere as tendências nobilitantes ou reprováveis que refletem o nosso caráter admirável ou malsão. As tentações nos revelam a intimidade guardada do fundo do lago de nossas almas. O “vigiai e orai” de Jesus é um recurso poderoso para que vençamos nossas más tendências e aquilatemos forças para os embates conosco mesmos. O combate da luz e treva acontece nos palcos mundanos e em nosso mundo íntimo.
O ano novo vem sempre como uma maravilhosa oportunidade de fazermos o melhor. Fazendo o bem, vamos apagando nossas faltas com o passado. Cada dia vem nos trazer essa oportunidade de sermos caridosos em cada pensamento e em cada atitude, fazendo ao outro o que gostaríamos que o outro nos fizesse, eis a escolha que deve nortear nossa vida.
No esforço diário de seguir nosso meigo e doce Nazareno, vamos adquirindo a paz íntima que nos faculta serenidade e equilíbrio, mesmo diante dos desafios que se nos apresentam nessa longa caminhada evolutiva.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei… meu jugo é suave e meu fardo é leve.”
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