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Lição para todos os dias

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As aproximações entre famílias e escolas foram afetadas de forma repentina desde o início da pandemia. Todos deslocados por um alerta que alterou os espaços de convivência e rotina. Uma ansiedade genuína tomou conta das mentes, gerou inquietações sobre os estudos, os resultados escolares e os impactos futuros. Neste cenário, para além do currículo formal, duas palavras são ressignificadas: empatia e gratidão. Não como vocábulos soltos, mas, sim, como conteúdos que saem do dicionário para a vida, na proximidade ou na distância.

A experiência dentro e fora dos muros escolares ensina que viver é por si só uma lição valiosa. Os aspectos sociais que nos separam fisicamente são frágeis, pois o que importa são as relações humanas. A teoria do cada um fazendo sua parte demanda exercício diário, não só quando estamos em tempos de distanciamento social. Precisamos de aproximação constante do eu com o outro; através de atitudes de autocuidado, zelamos pelo todo. É cuidar na ausência para continuarmos presentes.

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O aprendizado concreto é voltado para a experiência, é um desafio real para a educação. Uma aula bem ministrada não garante a solidez dos ensinamentos. O sofrimento também ensina, contudo não é o melhor método pedagógico. A fórmula é não dissociar o individual do coletivo, independentemente de medidas de isolamento, posto que, se a dor do outro não mexe com as estruturas humanas, o aprendizado é assumir um posicionamento humano. Quando o problema bate à porta, sentimos na pele, tal como o aluno só incorpora o conhecimento quando ele põe a mão na massa, exercita-se. A História registra situações com consequências danosas. Os exemplos revelam a prevalência da dificuldade de tornarmos concretas ações de gratidão e empatia. É matéria na qual a humanidade está em processo de recuperação, cujo somatório das práticas ainda não nos permite aprovação.

As distâncias físicas que nos separam podem ser rompidas com atitudes solidárias, com ou sem impedimentos. É ação frequente, hábito para ser vivenciado no cotidiano, assim como higienizar as mãos. Então, para vencer essa crise na humanidade, praticar a lição permite torná-la um hábito. Ser grato e empático são metas de aprendizagem atemporais, mas serão palavras soltas, descontextualizadas, enquanto não forem exercitadas. Sejamos desejosos para aprender por meio do contato permanente do eu com o outro, como o aluno que faz dos seus estudos diários uma ação natural e não fica surpreso com a data de uma avaliação. Vamos nos aproximar da nossa humanidade, este, sim, é um conteúdo curricular relevante em todas as áreas de conhecimento. Nós somos capazes de cumprir essa tarefa e receber nota máxima!

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