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Defesa da vida em tempo de eleições

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O último texto desta coluna (publicado em 13/11/2020) trazia o apelo do Papa Francisco no sentido de enfrentarmos a pandemia da Covid-19 tecendo relações de amizade social. Hoje somos obrigados a retomar o tema, porque estamos diante do recrudescimento da doença ante a passividade do Governo federal, sem que a sociedade brasileira reaja à altura.

O Brasil já contabiliza mais de 170 mil pessoas mortas pela Covid-19, sem ao menos podermos dar-lhes o rito funerário de adeus – como aconteceu com monsenhor Miguel Falabella, muito estimado por toda a comunidade católica Juiz de Fora. E sabemos que quem escapa da morte nem sempre escapa das sequelas da doença. Verdadeira tragédia! Mas tragédia senão evitável, pelo menos contornável e minimizável, quando os Poderes Públicos assumem a defesa da vida. É o que tem feito, por exemplo, o presidente da Argentina – para citar apenas o grande país vizinho.

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No Brasil, ao contrário, as mais altas autoridades da República parecem alheias ao sofrimento da população brasileira. Conforme noticiado, mais de cinco milhões de testes armazenados num galpão do aeroporto de Guarulhos estão prestes a perder a validade sem que sejam encaminhados a quem deles necessita. Como tampouco se mobilizam para traçar um plano de vacinação em massa para o próximo ano. Agora ficou claro: a “arminha” símbolo da campanha eleitoral de 2018 era uma indicação de sua opção pela morte. Morte dos pobres, dos indígenas, de negros, de jovens, de mulheres… Com seu olhar indiferente e seu riso sarcástico, o presidente mostra só se importar com o bem-estar de seus filhos e amigos e com sua reeleição – cada vez mais difícil.

Diante desse quadro, cabe perguntar: o que fazer em defesa da vida?

Muitas respostas caberiam aqui. Uma, porém, é especialmente importante neste momento, porque está em nossas mãos – como eleitores ou eleitoras – dar nosso recado em forma de voto.

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Ao votar para definir quem escolhemos para governar nosso município, estamos também referendando o grupo político que sustenta sua candidatura. É muito importante lembrar essa dimensão propriamente política das eleições municipais, porque muita gente pode até desconsiderá-la ao votar, mas os poderosos saberão muito bem interpretar os resultados das eleições como apoio ou rejeição de sua política. Em nosso voto vai embutido um voto de apoio ou de oposição ao Governo de Bolsonaro e seu grupo palaciano. Afinal, disso se trata: o povo aprova, ou não, a maneira como a política de saúde, mas não apenas ela, está sendo conduzida pelo atual governo?

Em outros momentos da vida do país, quando essa dimensão nacional das eleições municipais era menos nítida, era razoável não considerá-la ao votar. Mas hoje, quando o segundo turno de eleições municipais ganha o contorno de um verdadeiro plebiscito sobre os rumos políticos do Brasil, seria um pecado de omissão não alertar as mulheres e os homens de boa-vontade sobre o significado político de seu voto no próximo domingo.

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É por sentir o peso dessa responsabilidade que a Equipe de “Igreja em Marcha” veio a público pedir ao seu leitor ou leitora que faça uma serena e profunda reflexão sobre essa dimensão do voto. Assim poderemos mudar os rumos da atual política de morte para uma política de vida.
Que Deus ilumine os corações e as mentes do seu povo!

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