Com o envelhecimento da população em nível mundial, projeta-se um aumento nunca visto em doenças neurodegenerativas, entre elas: as síndromes demenciais, as doenças causadoras dos distúrbios do movimento, como a Doença de Parkinson, além das enfermidades encontradas no envelhecimento, como hipertensão arterial, diabetes, perda da acuidade visual e auditiva, as artropatias, entre outras.
Para 2050, o número de pessoas com 60 anos ou mais estará próximo de 1.25 bilhões de indivíduos, perfazendo 22% da população mundial, com 79% deste contingente vivendo em países considerados em desenvolvimento.
Destacando neste breve texto as doenças demenciais, principalmente a demência devido à Doença de Alzheimer, inclui-se como primeiro fator de risco a idade, em que a prevalência aumenta exponencialmente após os 60 anos e dobrando a cada 5,5 anos. A projeção para 2050 é de que haja 152 milhões de pessoas dementadas e de que, a cada 3 segundos, alguém receba o diagnóstico de demência.
Doença de custos altos, mas não só de valores econômicos como também valores familiares, em que se têm uma elevada carga de trabalho por longo tempo, pois estamos falando de uma enfermidade de evolução lenta, progressiva e irreversível.
Uma recente pesquisa feita em nível mundial apontou que 95% das pessoas entrevistadas relatavam medo de virem a sofrer de demência em algum momento de suas vidas. No entanto é uma situação que deve ser trabalhada, pois duas em cada três pessoas pensam que a demência é processo natural e esperado no envelhecimento, o que não é verdade.
Outro dado que chamou muito atenção foi que 62% dos profissionais da saúde acreditam que a demência é parte do envelhecimento. Sabemos que há sete fatores principais de risco e que são passíveis de ser modificados, são eles: sedentarismo, hipertensão arterial, diabetes, baixa escolaridade, obesidade, depressão e tabagismo. Se conseguirmos reduzir em 25% estes fatores de risco, estaremos evitando 3 milhões de novos casos até 2050, e essas são medidas factíveis de ser colocadas em prática, até que se descubra alguma substância que mude o curso da doença.
Hoje o arsenal terapêutico de que dispomos são medicamentos que reduzem a velocidade de progressão da doença. Então, é necessário dar as mãos e combater esses fatores de risco citados, e assim contribuirmos para a redução do número de novos casos no mundo.