Com os atuais desafios do Brasil, é necessário olhar para boas práticas que são realizadas em outras cidades e adequar à nossa realidade. Em Araraquara, interior de São Paulo, uma parceria entre a Prefeitura e a Cooperativa de Transporte de Araraquara (Coomappa) criou um aplicativo próprio de transporte: o Bibi Mob.
Os motoristas recebem 95% do valor da corrida. O restante é usado para a manutenção do aplicativo. A novidade foi um sucesso. A renda dos trabalhadores aumentou, a taxa de cancelamento diminuiu, e a satisfação do usuário cresceu. Um excelente case de sucesso, principalmente nesse momento, e uma excelente prova de que cidades inteligentes podem ser uma realidade, valendo-se da criatividade de empreendedores do setor público e do setor privado.
E por que não fazer isso em Juiz de Fora? Somos uma cidade-polo na educação técnica e superior, com mais de uma dezena de universidades públicas e privadas. A própria Universidade Federal de Juiz de Fora tem o Centro Regional de Inovação e Transferência (Critt), que foi comandado por Ignacio Delgado, atual secretário de Desenvolvimento da cidade.
Num estudo recente, analisando-se cem cidades brasileiras, Juiz de Fora foi considerada a quarta com população mais empreendedora. É, não se vive só do velho saudosismo sobre nossa vocação inovadora na época do café e da indústria têxtil.
No entanto não vemos ainda projeto que coloque Juiz de Fora na rota do desenvolvimento tecnológico. E, mais uma vez, não é por falta de capacidade técnica, pois nossos recursos humanos são os melhores.
Temos todas as condições de ser um polo tecnológico, de fomento de startups e de atração de grandes empresas. O que falta ainda é articulação política, colocando nosso olhar sobre nosso ativo de empreendedorismo a serviço da população, tanto na prestação de melhores serviços quanto no aumento da receita do Município.
Integrar a sociedade juiz-forana em aplicativos e soluções tecnológicas é um padrão que está ocorrendo em outras cidades do país. E é algo que devemos buscar na cidade.