Esta segunda-feira (25 de maio) foi o Dia Mundial do Orgulho Nerd. E se você foi uma criança que cresceu cercada de desenhos, quadrinhos e filmes de herói, com certeza, já se pegou pensando: “E se esses personagens fossem brasileiros?”. Eu mesmo já imaginei isso várias vezes. Uma pena que o momento atual do país não permita esse tipo de sonho!
Comecemos pelo meu herói favorito: Pantera Negra. Rei de uma nação africana, negro, jovem, diplomata e pacifista. No Brasil de hoje, ele facilmente seria alvejado por 80 ou 90 tiros vindos da arma de algum agente da lei. “Confundimos com um bandido”, eles diriam.
A situação também não seria boa para o Super-Homem. Talvez, como “homem de aço”, nada o abale, mas, como Clark Kent, jornalista, ele adoeceria de tristeza ao ver como os seus colegas de classe são tratados por algum empresário que discorde de uma notícia.
Mulher Maravilha, Capitã Marvel, Viúva Negra e Batwoman seriam assediadas a cada vez que salvassem um homem. Ao responder “não” às cantadas sexistas, seriam xingadas e vulgarizadas em alguma rede social. A situação pioraria no caso da Batwoman, uma vez que ela, nos quadrinhos, é LGBT assumida. Ela não ia querer estar no terceiro país do mundo que mais mata LGBTs.
Não gosto nem de imaginar o que aconteceria com Alvo Dumbledore, Mestre Yoda e Spok, grandes mentes da ficção e apaixonados pelo ensino. Com certeza, seriam hostilizados por algum “filósofo” que acredita em Terra Plana ou por um ministro que sucateia a educação.
E enganam-se aqueles que acham que são tempos favoráveis aos vilões! Lex Luthor, antagonista de Super-Homem e grande amante da ciência, não teria lugar em um governo que abomina as considerações científicas. Thanos, que acredita que eliminar metade da população do universo o preservaria para a posteridade, frustraria-se quando chegasse à Terra: as grandes empresas já se apropriaram do seu plano há tempos!
De fato, não é uma época boa para os heróis. E nem para nós, brasileiros. Mas uma coisa que aprendemos com o Homem-Aranha é: “Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”.
Que possamos nos inspirar na general Leia Organa e usar o nosso superpoder da resistência, com a responsabilidade de construir um novo amanhã para o Brasil.
Que a força esteja com todos nós! E, só por segurança: meninos e meninas da Caverna do Dragão e MartyMcFly, fiquem onde estão! Quando as coisas melhorarem por aqui, chamamos vocês!
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