Sabem por que escrevo a vocês este artigo? Simplesmente porque aprendi com um amigo – antes de enviar meu primeiro artigo a um jornal, pedi-lhe que o lesse e me desse sua opinião. Ele, curioso, mas egoísta, leu-o e me disse, quando lhe perguntei se gostara: “Muito bom”. Aí, entusiasmado, continuei: “Você acha que deveria publicá-lo?”. Sem demora, surpreendeu-me com a resposta: “Não!”. Mais curioso do que ele, inquiri-lhe: “Mas você gostou, então qual é o porquê do seu não?”.
Egoísta, disse: “Porque a gente escreve para a gente, e não para os outros”.
Intimamente, agradeci-lhe e, no dia seguinte, enviei, corajosamente, todos os artigos que escrevera a um amigo jornalista.
E ele começou a publicá-los.
Daí, concluíra que todo escritor também deve ser leitor do que escreve. Feito coisa que critica – só vale depois de passar pela autocrítica!
Daí, também baseado em um aprendizado de Franklin Delano Roosevelt, que foi um dos heróis da Segunda Grande Guerra, paralítico de cadeira de rodas, empurrada por sua adorada esposa, Eleanor, famoso por sua coragem, foi entrevistado por famoso jornal, sobre sua coragem, para que todos também aprendessem, inclusive ele, medroso jornalista…
Roosevelt começou: “O segredo da minha grande coragem…”.
O jornalista, entusiasmado, perguntou: “Qual é?”.
Roosevelt, ainda mais tranquilo, disse-lhe: “Um grande medo que tenho”.
O jornalista, assustado, e até medroso, perguntou-lhe: “Que medo é esse?”.
Calmo, em sua cadeira de rodas, apenas disse: “O medo de ter medo”.
Analisei tudo o que dissera meu egoísta amigo e o que dissera Roosevelt sobre seu grande medo e concluí que não se deve ter medo de nada!
Contudo deve-se ter cuidado com tudo o que se pensa, o que se escreve e, especialmente, com o que se faz.
Com isso, inclusive, à medida que se escreve dentro desse paradigma de todo cuidado é pouco, fico conhecendo meus leitores, naquilo que nos identificamos pela maneira corajosa – jamais medrosa -, porque essencialmente cuidadosa.