Uma das brincadeiras que recordo da minha infância era com uma roda de amigos sentados na calçada e, no centro, um chinelo, que, nas pontas, indicava perguntas. Se as respostas fossem mentiras, “pagaríamos” uma prenda. Será que esse “pagamento” foi uma lição de aprendizado para todos que ali brincavam e não falavam a verdade? E para quem não brincou? Há, ainda, quem diga por aí: “Quem é que nunca falou uma mentirinha?”. A realidade é que a mentira pode destruir carreiras e, até mesmo, vidas.
Atualmente, a tecnologia está presente em todos os âmbitos de nossas vidas, com aspectos positivos em nos auxiliar e nos assessorar em diversos aspectos, proporcionando proximidade e conexão com pessoas que estão do outro lado do mundo, entre outros. Mas também tem os pontos negativos, e um deles nós conhecemos como as “fake news”, que têm invadido as redes sociais ao divulgar falsas notícias em relação a tudo, desde cuidados com a saúde à afirmação de que o nosso Planeta Terra é plano.
Tudo isso se torna gravíssimo ao observarmos que milhares de inverdades estão sendo publicadas e compartilhadas sem que ao menos os internautas pesquisem e confirmem ou não a veracidade daquelas informações. As pessoas se acomodam em apenas receber as “notícias” e não estudam a possibilidade de aquilo ser de fato real e correto, mas imediatamente enviam em vários grupos de famílias, para amigos profissionais e de igreja e outros.
Fato é que existem fábricas de fake news para o compartilhamento através de algoritmos programados em fazer esses trabalhos, o que torna cada vez mais difícil o combate a elas. Mas não podemos desistir. Se cada um começar a observar e tentar, ao menos, ter esse olhar investigativo e preocupado antes de divulgar a dúvida para conhecidos, tudo isso será combatido gradativamente.
O campo político também se torna um alvo da divulgação das famosas fake news com o foco de divulgar mentiras sobre os candidatos concorrentes, e, com isso, pode-se alterar diretamente os resultados das eleições. Assim, a população pode ser afetada diretamente por determinado mandato, que não é ideal para atender o direito de todos à vida com igualdade, justiça, equidade e oportunidades igualitárias para as conquistas básicas de saúde, educação, economia e cultura.
Por isso, queridos amigos, antes de “girarmos o chinelo” para solicitar a verdade de alguém ou sobre determinada situação, que possamos tentar, ao menos, pesquisar, estudar e aprender sobre a situação real, para que nada, nem ninguém, seja prejudicado através de uma “mentirinha” ou uma fake news.
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