Eis que os séculos se passaram, e os exemplos que Jesus deixou permanecem atuais. Se, de um lado, há progresso das ciências, da tecnologia, de variados setores da vida humana; de outro, surgem corações inflamados pelo orgulho, pelas vaidades passageiras e pelo egoísmo. É, justamente, no afastamento das verdades divinas que o sofrimento encontra campo fértil para se agigantar. Guerras armadas, discórdias entre nações e na intimidade dos lares e conflitos de qualquer natureza falam do distanciamento dos corações dos homens para com Deus.
Certa vez, os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse a orar, a que o Mestre atendeu, dirigindo ao Pai a oração dominical. Para além de uma forma verbal, o “Pai Nosso” é ensinamento completo de como devemos nos posicionar em nos dirigindo a Deus. Assim, Jesus deixa para toda a humanidade um roteiro seguro, um direcionamento dos deveres dos filhos para com o Pai, para conosco e para com o nosso próximo, destacando-se, em suas palavras, a confiança no amor divino e a humildade que devem assinalar nossa conduta.
“Venha a nós o vosso reino”, suplicamos. E quantos de nós caminhamos na direção desse reino? Que parcela dispensamos à construção do Reino de Deus onde estivermos?
Para a edificação do Reino divino, não nos será suficiente glorificar o Pai sem a mínima parcela de esforço, não bastará demonstrar entendimento das divinas escrituras nem apenas nos comovermos com elas; assim como não adiantará somente escrevermos páginas brilhantes, envolvermos ouvintes em pregações iluminadas nem sustentarmos manifestações em cultos exteriores.
O Espiritismo nos chama à glorificação do Pai, através da nossa decisão de seguirmos Jesus, de servirmos em seu nome onde estivermos, de vertermos nosso esforço na produção de frutos de paz, de aperfeiçoamento e de luz. E o amoroso Mestre, nosso irmão maior, amigo sempre presente, afirmou a seus discípulos “se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me”. Clara mensagem; é necessário vencer as sombras que construímos nas ilusões e nos erros, a fim de que a luz resplandeça em torno de nós. Nesse sentido, parafraseando, d. Isabel Salomão de Campos transmite importante orientação: a cruz a que se refere Jesus não é aquela feita de matéria do mundo, mas a construída por cada alma, na oficina da descrença e nos descaminhos trilhados pelo espírito eterno.
Assim, também, lembramos a afirmação de Emmanuel, na psicografia do médium Chico Xavier, a alertar-nos: se nos dizemos seguidores de Jesus, precisamos seguir-lhe os passos, amparando, instruindo, edificando e servindo sempre na extensão do bem coletivo. Dessa forma, cresceremos para o Céu, edificando o reino de Deus.
Seguir Jesus é seguir o Caminho, que leva a Deus, é viver a Verdade de Deus e a Vida eterna. “Eu vim para servir e não para ser servido”, disse o Mestre. Sigamos Jesus, servindo sempre, para o reencontro com o Nosso Pai.