A enfermagem é e sempre será a arte do cuidar. É a ciência cuja essência e especificidade são o cuidado ao ser humano, individualmente na família ou em comunidade, desenvolvendo de forma autônoma ou em equipe, em atividades de proteção, prevenção, reabilitação e recuperação da saúde. Sua origem aponta para o trabalho de homens e mulheres que cuidavam do bem-estar dos enfermos, tentando garantir a eles uma situação digna, de saúde básica e sobrevivência, e, com o passar do tempo, a profissão começou a ganhar corpo.
Entre os séculos V e VIII D.C., por exemplo, alguns princípios de enfermagem eram aplicados pelos sacerdotes. Mais tarde, por volta do século XVI, a atividade era vista na Europa como profissão, já que começava a se institucionalizar, principalmente a partir da Revolução Industrial. No entanto, somente no século XIX, na Era Moderna, que ela, de fato, ganhou notoriedade, com a figura de duas mulheres extraordinárias: Florence Nightingale e Ana Neri.
Florence Nightingale, nascida em uma família rica e cheia de posses, viveu boa parte de sua vida em Londres, se rebelou contra a ordem vigente de que as mulheres deveriam se tornar esposas submissas, responsáveis pelas tarefas domésticas e pelos cuidados dos filhos. Em uma viagem ao Egito para conhecer hospitais, sentiu despertar em si a vocação para a enfermagem. De volta à Inglaterra, foi indicada para trabalhar em um hospital de caridade da região. Durante a Guerra da Crimeia, a enfermeira deu sua principal contribuição, atendendo feridos das batalhas no Campo de Scutari. Florence e uma equipe de 38 enfermeiras voluntárias treinadas por ela conseguiram baixar o índice de mortalidade de 40% para menos de 5%.
Ana Neri, nascida na cidade de Cachoeira, interior da Bahia, em 1810, tem uma história semelhante à de Florence. Ela também se voluntariou para defender as cores da bandeira de seu país na Guerra do Paraguai. Depois de passar por um pequeno período de treinamento no Rio Grande do Sul, aos 51 anos, a enfermeira integrou o Décimo Batalhão de Voluntários. Com muito êxito em seu trabalho, Ana Neri voltou da guerra e começou a receber homenagens pelos serviços prestados.
Como futura enfermeira, aprendi que a maior lição da enfermagem é sempre acreditar na vida, tendo em mente que muitas das vezes não será fácil, porém devemos continuar lutando com todas as forças. Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocamos o coração das pessoas.