A fé sempre foi algo intrínseco do ser humano. Desde o princípio, o homem sempre acreditou na existência de forças que vão além de sua realidade física, de maneira que, ao longo de toda a história, ele sempre buscou compreender as manifestações que fugiam de seu entendimento e sua compreensão, criando símbolos e estabelecendo significados para dar sentido a tais manifestações.
Com isso, durante muito tempo, e por várias culturas diferentes, o homem tentou explicar o mundo por meio de associações entre divindades e fenômenos naturais específicos, atribuindo, também, a essas divindades, características completamente humanas, na tentativa de entender o “humor” e as motivações por trás dos atos delas. Situada em uma época e um contexto em que a religiosidade se caracterizava por seu caráter tribal, muitas vezes, a fé era utilizada como meio de exploração por inúmeros líderes.
Com o decorrer dos tempos, a maior parte da humanidade abandonou a crença nas divindades tribais e sua associação com os fenômenos da natureza, passando a ter novas concepções sobre a fé e sobre a maneira de demonstrar sua crença e seu relacionamento com a divindade, e a mudança de paradigma que isso trouxe fez com que toda a concepção de fé e crença fosse completamente mudada, trazendo consigo inúmeros prós e contras, que, ainda hoje, permeiam o meio “religioso”.
Um desses “contras”, que, infelizmente, ainda continua dentro do meio religioso atual, e que deveria ter ficado no passado, é a exploração da fé. Mesmo com todas as mudanças ocorridas na sociedade, e, também, como consequência, no campo religioso, a fé de muitos ainda tem sido usada como um meio de exploração por muitos líderes atuais.
Ao longo dos tempos, a fé foi explorada de inúmeras formas. O medo do “desconhecido”, aliado à falta de conhecimento dos verdadeiros fundamentos da fé por parte das pessoas religiosas, fez com que estas se tornassem alvos fáceis para inúmeras formas de exploração. Hoje, a fé é tomada por muitos como uma coisa sentimental, que está inteiramente relacionada com suas emoções. Dessa forma, com essa relação puramente sentimental com a fé, não demorou muito para que a fé fosse explorada por pessoas más, gerando, então, muitos lucros para os exploradores, que utilizam os medos e os anseios dos fiéis para sustentar sua posição e seu ar de “autoridade”.
Com isso, muitos são os que, sem escrúpulos, exploram a ingenuidade e a fragilidade do povo, utilizando a falta de conhecimento e a ingenuidade deste para se darem bem às custas de pessoas simples e humildes, fazendo jus ao título de “lobos”, que é dado a eles pelo próprio Cristo.
Esse espaço é para a livre circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões.
Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail (leitores@tribunademinas.com.br) e devem ter, no máximo, 30 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.