A falta de governança energética do Governo Federal nos faz ficar mais próximos de um cenário de grave crise hídrica e por consequência elétrica. A luz está cara e continua subindo, e por consequência, muitas famílias estão endividadas porque não conseguem pagar suas contas. Uma situação perversa que atinge sobretudo as pessoas com menor renda. O impacto de uma conta de luz para os mais pobres é três vezes maior. Isto porque, além da conta, elas pagam mais caro também pelos alimentos que aumentam de preço sucessivamente. Consequência inaceitável para um país que já tem 19 milhões de pessoas passando fome.
O custo para o consumidor aumenta e, por outro lado, a indústria também padece. As perspectivas de crescimento do setor diminuíram porque a dificuldade no abastecimento de energia não permite maiores investimentos. As projeções de crescimento indicam que o país deve estacionar em 5%. O crescimento pífio mais uma vez vai bater à porta dos mais pobres que permanecerão sem emprego, mantendo ainda a longa fila de 14 milhões de pessoas desalentadas na busca por uma posição no escasso mercado de trabalho.
E todo esse cenário caótico é porque há falha em integrar a eficiência nas políticas de energia é de alguma forma uma falha na formulação de políticas públicas, e incluindo a cooperação internacional, para incorporar padrões de desenvolvimento sustentável. Tudo isto porque nós ainda estamos dependentes de fontes hidráulicas de produção energética.
Devemos ficar assustados com os números dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste que respondem por 70% da geração de energia do país e estão com menos de 23% da sua capacidade de armazenamento. Esse nível já nos acena para um cenário de racionamento, porque estão bem abaixo do que enfrentamentos em 2001, quando o risco de apagão nos fez racionar energia. A inoperância do Governo Federal mais uma vez se coloca presente porque para preservar água nos reservatórios das hidroelétricas, as usinas termoelétricas estão sendo acionadas, sem que se preste atenção que elas são fontes mais caras e poluentes. As evidências científicas nos mostram que estamos num rumo errado nas questões ambientais e energéticas e que não podem mais ser desprezadas. Não podemos mais nos omitir.
Precisamos discutir a crise hídrica e energética e cobrar do governo federal medidas efetivas que nos coloque em situação segura para retomada de crescimento, oferta de empregos e dignidade para as pessoas. Por isso, eu convido, todos e todas, a participar de um debate sobre esse assunto na Câmara Municipal de Juiz de Fora. Vai ser segunda-feira, dia 25 de outubro, às 15h. Representantes das fornecedoras de energia da região, deputados federais e estaduais, vereadores, empresários e consumidores em geral, devemos todos nos unir nessa frente.