por José Anísio Pitico da Silva, Assistente social e gerontólogo
A Câmara Sênior vai proporcionar à cidade de Juiz de Fora um degrau a mais de civilidade nas relações sociais com as pessoas idosas que aqui vivem. Se já somos considerados uma cidade inteligente e eficiente, escutando as pessoas idosas pelo Poder Público (mais no Legislativo), seremos, sem dúvida alguma, uma cidade de elevada cultura cívica e cidadã, devido ao tratamento dispensado à sua população idosa. É célebre a mensagem de que uma cidade será medida em sua cultura de civilidade pela atenção pública direcionada às pessoas que nela envelhecem.
Com a criação da Câmara Sênior, nossa cidade entra no mapa mundial das melhores cidades para se viver. Já que aqui as pessoas idosas são ouvidas, respeitadas e participam ativamente da construção do município. É o que desejamos: uma cidade para todas as idades. Uma cidade que ouve as crianças pela Câmara Mirim, que traz os jovens para participarem da vida pública e política com o Parlamento Jovem e, agora, traz as pessoas para dentro do plenário da Câmara de Vereadores, com o bem-sucedido e esperado expediente da Câmara Sênior. Mais um canal de representação política do segmento das pessoas idosas da cidade para uma interlocução direta com o Poder Público. Notadamente com a Câmara de Vereadores. Mas não só. Diálogos com o Executivo se fazem necessários para a apresentação de sugestões e propostas, tendo em vista as melhorias das condições de vida dos cidadãos e das cidadãs da terceira idade.
O que se espera dessa proposta gestada em reuniões da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara Municipal? Estimular e/ou aumentar o grau de participação social das pessoas idosas em JF. Conhecer as atividades do Legislativo, bem como o papel desempenhado por vereadores e vereadoras. Criar também um espaço político de discussão e reflexão permanente sobre as principais demandas da cidade e da região.
Para a sua gestão, sugere-se que a Câmara Sênior tenha o mandato de dois anos com renovação de seus quadros, numa composição de 25 integrantes, sendo constituída por pessoas com idade de 60 anos e mais e pessoas/profissionais, idosos ou não, que trabalhem sistematicamente com a velhice em nossa cidade. Não é um trabalho remunerado, e sim de serviços relevantes a serem prestados à comunidade.
Um simples gesto de cidadania, com a presença da Câmara Sênior em nossa rotina urbana, mas que faz toda a diferença ao promover a participação dos mais velhos na solução dos problemas que temos na cidade. Num momento tão incerto e inseguro como o que o nosso país atravessa na construção de seu futuro, nada mais sensato e recheado de esperanças do que ouvir a voz das pessoas mais experientes e mais vividas para a conquista de uma cidade mais justa, solidária e civilizada.
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