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As inundações em Juiz de Fora

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Recentemente temos assistido o debate entre os poderes constituídos e também pelos segmentos da sociedade civil sobre as constantes inundações que têm acontecido em vários pontos de território juiz-forano, com destaque para os bairros Democrata, Mariano Procópio, Industrial e Santa Luzia. Os meios de comunicação social da cidade, inclusive esta Tribuna de Minas, desde o início do ano, vêm publicando reportagens, com imagens, mostrando-nos as assustadoras inundações nestes locais, além de outros pontos. Dispensável dizer as consequências socio-econômicas-ambientais para os munícipes, juntamente com o setor produtivo, atingidos por estes alagamentos.

O geógrafo francês Olivier Dollfus nos ensina que o espaço geográfico se acha impregnado de histórias. Dentro desta linha de pensamento, o professor Pedro Machado, do Departamento de Geociências da UFJF, através de suas pesquisas, tem mostrado e mapeado a cronologia dos diversos motivos que provocam as atuais cheias.

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Há mais de 40 anos que os gestores municipais não planejaram e nem executaram obras de macrodrenagem em nossa área urbana. Durante este longo período foram realizadas soluções paliativas. As presentes inundações, aliadas à atual crise climática, apontam para a urgência de soluções estruturais, voltadas para as nossas microbacias hidrográficas. Caso persistam as medidas mitigadoras, com certeza, não serão resolvidos estes sérios e preocupantes problemas!

Como afirmou recentemente o papa Francisco, “A crise climática requer de nós uma ação determinada aqui e agora… ainda há esperança e tempo para evitar os piores impactos da mudança climática com a condição de que haja uma ação rápida e resoluta”. O Santo Padre tem toda razão, “é aqui e agora” que os gestores públicos têm que agir. Coube ao sociólogo alemão Ulrich Bech a formulação da mundialmente conhecida frase: “Pensar globalmente e agir localmente”!

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O Poder Executivo encaminhou um projeto de lei solicitando autorização do Legislativo para a realização de uma operação financeira de R$ 420 milhões, objetivando a realização de obras estruturantes afim de atenuar os impactos dos alagamentos, principalmente nos territórios retromencionados. Faz-se necessário e urgente que os nobres vereadores, independente de ideologias e dentro dos princípios democráticos, aprovem o “Programa de Controle de Inundações com Requalificação Urbana e Soluções Baseadas na Natureza”. Os cidadãos e cidadãs que convivem com estas constantes cheias “não aguentam mais esperar”!

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