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Podres Poderes do Brasil

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Gustavo Alves Rattes

Servidor público federal

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Os primeiros dez dias de dezembro foram vergonhosos em todos os aspectos, dentre eles, ético e moral, porque a ausência absoluta destes predominou nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que, espremidos por suas dificuldades e pressões externas, se viraram como pode, desprezando o que a grande maioria do povo brasileiro brada: chega de corrupção e de mazelas! Estamos cansados! Não podemos pagar a conta de vocês! É preciso dar um basta!

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O imperador Renan Calheiros se recusa a assinar a intimação do STF e deixa um oficial de Justiça plantado por seis horas no Senado Federal, fora que, no dia anterior, a sua secretária dispensou representante do Judiciário da residência oficial, informando que o seu chefe por lá não se encontrava, mas o próprio conseguiu ver o senador em sua casa pela fresta da porta, conversando com o Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, provavelmente arquitetando uma manobra maquiavélica capaz de impedir a perda da presidência da sua casa. Conseguiu!

O ministro do STF Marco Aurélio de Mello foi quem assinou a liminar ordenando o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado com base em uma solicitação do partido Rede. Daí para a frente, foi um corre-corre em Brasília, com o senador Jorge Viana, do PT, travestido de político petista, suplicando para que a ministra do STF, Cármen Lúcia, derrubasse a liminar, porque o Planalto precisava muito do Renan. Vieram várias conversas nos bastidores entre os ministros do STF até que os seis optaram por cassar a liminar, pelo bem da democracia brasileira. Aliás, se este nosso regime político tivesse corpo e cara, e se conseguíssemos enxergá-lo, com certeza, vê-lo-íamos pálido, trêmulo e extremamente envergonhado!

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Chegado o grande dia 7 de dezembro, o STF optou por manter Renan na presidência e por impedi-lo de assumir o cargo de presidente da República no caso de vacância. Assistimos a um senador estapeando na cara a Suprema Corte, cuspindo na cara do povo brasileiro, como se aquele cargo fosse patrimônio pessoal dele e intransferível! Em troca, Michel Temer respirou aliviado, porque precisava que o imperador coordenasse a aprovação das matérias de interesse dele.

Em 10 de dezembro, o cidadão brasileiro passou a conhecer diversos políticos através dos seus apelidos: Caju, Missa, Pino, Botafogo, MT, Primo, Angorá, Cerrado, Campari, Polo e Justiça. Na reserva, Gremista, Babel, Caranguejo, Corredor, Misericórdia, Tuca, Velhinho, Todo Feio, Decrépito, Médico, Jovem, Feia, Comuna, Goleiro, Diplomata, Moleza e Boca Mole. Temos um 4-3-3 e seus suplentes, todos representantes da maltrapilha classe política do Brasil! E isso é só o começo, porque a delação premiada da Construtora Norberto Odebrecht apenas se iniciou! Faltam outras 75!

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O povo brasileiro que fique atento! Nós pagamos os salários deles e somos os patrões daqueles que desguarneceram o portal ético e moral da democracia brasileira!

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