É fato que o Brasil vem passando por um processo de inversão da pirâmide etária. E esse processo não pode ser descolado da realidade mundial e nem local. O fato é concreto, estamos envelhecendo mais e a taxa de natalidade, seja por fatores estruturais, culturais ou conjunturais, tem diminuído drasticamente.
Há uma estimativa de que em 2020 esse número de pessoas idosas no Brasil será de 30 milhões e, em Minas Gerais, teremos um boom no envelhecimento feminino. Estima-se que cerca de 50,8% da população idosa seja do sexo feminino.
É notório que, com essa visão simplista de algumas ocorrências no processo de envelhecimento, precisaremos ressignificar alguns conceitos.
Mas ressignificando para além de simplesmente darmos novos significados. Acima de tudo, acredito no ressignificado do nosso olhar, de nossas crenças, nossos paradigmas e, claro, nossos preconceitos, mesmo que a maioria deles bem inconscientes, mas, lá no fundo, existentes.
Não podemos desconsiderar o envelhecimento como um processo. E se é processo acarreta várias faces, que vão desde diferenças culturais a de gênero, de cor, sociais. Ou seja, o envelhecimento é multifacetado. Minha ideia é, através de pequenas reflexões, provocar nas cabeças dos leitores várias indagações, vários questionamentos e incômodos. Fatores estes que pretendo ajudar a trilhar um caminho para desvendar esses mistérios.
Estamos envelhecendo cada dia mais. Mas estamos envelhecendo bem? Estamos nos apropriando desse processo? Estamos sendo protagonistas da nossa história? Estamos permitindo que nossos idosos tenham um envelhecimento do qual nos propomos ao provocar o poder público no que se refere a políticas públicas para essa população específica?
Convido vocês, leitores, a trilharem comigo esse caminhos de perguntas cujas respostas construiremos juntos. Pergunto, afinal, estamos mesmos dispostos ao processo de ressignificar conceitos?
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