“Pai, salva-me desta hora? Mas, para isso, vim a esta hora.”
Inspiradora lição do Mestre traduz expressivo testemunho desse espírito luminar. Muito embora vivenciando o abandono dos entes amados e da multidão que acompanhava o suplício, provando a ingratidão daqueles que foram por ele beneficiados e carregando a cruz até o calvário, Jesus afirma que veio para isso, para fazer conhecidas e vivenciadas as leis de Deus, para ensinar o amor e o perdão, para viver a verdade, mesmo custando-lhe o sacrifício.
Segundo Emmanuel, na psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, tudo estava consoante os desígnios do eterno. Jesus pediu a proteção do Pai, submetendo-se à condição do filho fiel. Analisou a gravidade do momento, mas reconheceu a necessidade do testemunho a que fora chamado.
Fugindo a comparações, mas tendo Jesus como nosso roteiro, cabe-nos observar que cada qual de nós somos chamados às nossas lutas e experimentamos diferentes e inúmeras lições no curso do tempo. Cada dia e cada hora nos revelam oportunidades do testemunho individual, o qual nos mostrará, intimamente, ou revelará, publicamente, o quanto temos caminhado na escala da evolução espiritual e o quanto temos, ou não, nos tornado melhores cristãos.
Não há na Terra quem não sofra algum impedimento, dificuldade ou crise no âmbito pessoal, familiar, profissional ou espiritual. E seguem as lições. Não é essa a função da escola: ensinar, exercitar e proporcionar o aperfeiçoamento? O aluno que não se submete à prática, ao fazer, estacionará na teoria. A prática possibilita a expressão de quanto o estudante se tornou perspicaz, o quanto de aprendizado construiu.
Dessa forma e lembrando todas as aflições que permearam o caminho de quantos se propuseram a seguir o Mestre de Nazaré, estejamos certos de que a nós também cabe-nos vencer os diversos obstáculos de naturezas variadas, a fim de que aprendamos a superar nossas limitações, negando o homem velho, e edificando, dia a dia, em nossos sentimentos e nossas atitudes, valores eternos, aqueles que o ladrão não rouba, nem a ferrugem e a traça consomem, para que, pouco a pouco, o homem novo surja.
Emmanuel esclarece que ainda respiraremos em meio a lágrimas inquietantes, gestos impensados e sentimentos escuros, enquanto a humanidade não se adaptar à luz do Evangelho. Nesse sentido, Dona Isabel Salomão de Campos, à frente da Comunidade Espírita “A Casa do Caminho”, esclarece e orienta: “Nascemos para sermos felizes. Sofrimento é coisa do mundo que nos domina.”
Sendo assim e no propósito de seguir Jesus, o Caminho, a Verdade e a Vida, procuremos estudar as lições de luz de seu Evangelho e, nas lutas e testemunhos diários, desculpar, auxiliar, trabalhar, servir e aprender em seu nome, inspirando-nos, sempre, em suas palavras e exemplos: “Aquele que me segue não andará em trevas.”