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Vacinar: ato de solidariedade

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O Setor Universidades da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos (SBCC) iniciaram, na última quarta-feira (20), uma série de lives sobre saúde. O primeiro tema a ser debatido será “Ciência e fé católica: moralidade das vacinas anticovid-19”. A transmissão pode ser acompanhada pelos canais da CNBB, da SBCC e da Comissão para Cultura e Educação no YouTube.

“A pandemia nos remete não apenas a um contexto de incertezas sanitárias, como também nos oferece densas provocações de índole ética. O cuidado de si e do outro, especialmente quanto ao enfermo, e a amizade social que, esperamos, povoa o mundo, integram a agenda, contemporânea e premente, com a qual nós, cristãos, somos convidados a nos empenhar”, contextualiza o professor doutor Deivid Carvalho, pró-reitor de Graduação e Extensão e Ação Comunitária da Universidade Católica de Salvador (UCSAL) e vice-presidente da SBCC.

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Para aprofundar a temática da moralidade das vacinas contra a Covid-19, participam como debatedores o bispo de Rubiataba-Mozarlândia (GO), dom Francisco Agamenilton, que é membro do Comitê Teológico da SBCC, e o doutor padre Anibal Gil Lopes, professor emérito, médico e membro da Pontifícia Academia Pro Vita, da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Ciências.

O bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, ressalta que vacinar é um ato humano e que está ligado a várias dimensões do ser humano, das quais três se destacam.

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“É, sem dúvida, um ato de saúde, na medida em que nos preserva de contaminações que poderão até mesmo ceifar nossas vidas. É também um ato solidário, pois ajuda a evitar que nos tornemos, consciente ou inconscientemente, transmissores de doenças. É, por fim, um ato ético, pois ela faz emergir em nós a dimensão da responsabilidade diante de nossos próprios corpos e diante das outras pessoas. Ela nos apresenta um modo bem específico de ver e assumir a vida, um sentido que não olha apenas para si, mas olha igualmente para além, mostrando-nos que nenhum de nós é o centro do mundo, mas, ao contrário, vivemos todos numa intrincada e fabulosa rede de convivência”, comenta dom Joel.

Ainda destacando o aspecto ético, dom Joel recorda que “possuímos nossos corpos, que temos direitos sobre ele”, entretanto, “esses direitos não são absolutos”. Assim, “nossos corpos existem não para fazermos com eles o que desejarmos, mas para expressarmos o que de mais belo temos: o relacionamento. Pela corporeidade, expressamos a co-humanidade”.

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Para o secretário-geral da CNBB, a dimensão ética do ato humano de vacinar-se “nos situa para além dos individualismos fanáticos, obtusos e patológicos. Ele nos faz ver a vida onde ela realmente está na comunhão com todos os irmãos e irmãs, diante dos quais, ao contrário de Caim (Gn 4,9), somos efetivamente responsáveis.

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