No dia 12 de junho, celebramos o 33º aniversário da Dedicação de nossa Catedral. Esse é um significativo algarismo, que recorda a idade com que nosso Divino Pastor se sacrificou na cruz para a nossa salvação.
Os cristãos têm o milenar costume de construir igrejas, catedrais, templos para reunir, qual tenda do Senhor na Terra, o povo que peregrina rumo à pátria celeste. Tais edificações sacras podem ser apenas bentas, porém as mais importantes para o Povo de Deus são dedicadas com rito próprio muito antigo, mas atualizado, que aliás é muito bonito, de uma riqueza litúrgica e bíblica esplêndidas.
Tais edificações se levantam como expressão do amor da comunidade a Deus, que reserva para nós bela morada no céu, como expressou São Paulo: o que Deus preparou para quem O ama é algo que os olhos jamais viram, nem os ouvidos ouviram, nem coração jamais pressentiu (I Cor 2,9). Aqui na Terra, erguemos nossas igrejas e as ornamentamos com gosto, chamamos a arte arquitetônica, escultórica, pictórica e outros elementos artísticos para suas edificações como símbolo daquilo que veremos de forma perfeita no paraíso. Mas, também, as enriquecemos de arte sagrada como imagem daquilo que devemos ser em nosso interior, em nossa alma, pois São Paulo nos ensina que nosso corpo é templo vivo do Espírito Santo (I Cor 6,19). Nossa vida, nosso coração, devem ser tão belos para Deus como os templos que construímos.
Também celebramos, naquele dia, véspera da Solenidade de nosso glorioso Padroeiro, Santo Antônio, a Ordenação Presbiteral de nosso estimado irmão, o agora Padre Ronny Moreira de Oliveira. Nas leituras bíblicas escolhidas por ele, focando a parábola do Bom Pastor, no capítulo dez de São João, podemos verificar quanta beleza há na vocação sacerdotal, pois ela não é outra coisa senão a atualização do Pastoreio de Cristo para o povo de Deus que peregrina na história. De fato, esta é uma das mais belas expressões de Jesus sobre si mesmo e sobre a missão de seus discípulos, portanto, de nossos padres de hoje.
Jesus é o Bom Pastor que se põe à frente do rebanho para conduzi-lo para verdes pastagens e águas repousantes. Ele escolhe pastores para irem e fazerem o que Ele gostaria de fazer no caminhar da história, como está escrito no evangelho de Marcos: Jesus subiu a montanha e chamou os que ele quis; e foram a ele. Ele constituiu 12 para que ficassem com ele e para que os enviasse a anunciar a boa nova (Mc 3, 13-14).
Marcados e impulsionados pelo Bom Pastor que é Cristo, vamos sem medo para servir. Sua grei continua, e Ele confia em nós. Neste ano que nos apresenta São José como modelo inspirador, sobretudo na fidelidade e no amor de pai, deixemo-nos guiar pelas palavras do Bom Pastor que nutre suas ovelhas e as conduz amorosamente por caminhos seguros.
Diante dos desafios da pandemia e na construção da segunda fase do nosso Sínodo Arquidiocesano, que será marcada sobretudo pela atenção aos pobres e à reorganização pastoral, deixemos que a ternura e o desprendimento do Bom Pastor nos guiem.
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