“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras, e as observa, será comparado ao homem sábio, que edificou a sua casa sobre a rocha. E veio a chuva, e transbordaram os rios, e assopraram os ventos, e combateram aquela casa, e ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. E todo o que ouve estas minhas palavras, e não as observa, será comparado ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E veio a chuva, e transbordaram os rios, e assopraram os ventos, e combateram aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua ruína.”
Com essas palavras, Jesus conclui o sublime Sermão da Montanha ou das Bem-aventuranças, roteiro de conduta moral e que revela os fundamentos do Cristianismo: bem-aventurados os pobres de espírito, os aflitos, os puros de coração, os que têm fome e sede de justiça, os pacificadores…
Conforme afirma o Mestre, o homem sábio é aquele que escuta as suas palavras, compreende-as e as coloca em prática, edificando, gradativamente, o reino de Deus em sua alma. É aquele que constrói a casa da sua vida sobre a rocha, a qual suporta a tempestade das dificuldades e o vento dos sofrimentos. Em contrapartida, o homem insensato ouve as palavras de Jesus, todavia não as observa e, portanto, não as pratica, não se tornando melhor nem mais caridoso ou tolerante com o seu próximo nem mais esperançoso ou humilde, servindo-se apenas de atos exteriores. Esse edifica a casa de sua vida sobre a areia, que se desfaz diante da transitoriedade das coisas do mundo e das ilusões.
A escolha é sempre nossa. Somos livres para fazer o melhor, para reconciliarmos, revermos atitudes ou permanecermos no erro, no egoísmo, na intolerância. Entretanto, somos, igualmente, responsáveis por recolher, no campo imenso da vida, os frutos de nossas próprias atitudes.
A Doutrina Espírita esclarece, pelos princípios da Justiça eterna, que não há castigos nem privilégios nas Leis de Deus, nem paraísos e infernos de ordem exterior, mas, sim, construções sábias ou insensatas, no decurso das reencarnações, através das quais o homem velho, pouco a pouco, despoja-se de suas imperfeições, fazendo sua evolução espiritual.
Sobre as escolhas individuais, Emmanuel, na psicografia de Chico Xavier, nos orienta: “Vê, pois, a que porta recorres na luta cotidiana, porque apenas por intermédio do ensinamento do Cristo alcançarás o caminho da verdadeira libertação”.
Busquemos a presença de Jesus na vivência sincera de seus eternos ensinamentos, porque vencem os tempos, a fim de que a paz e a felicidade sejam em nossos corações: “conhecereis a Verdade, e a Verdade vos fará livres”.