No inolvidável encontro de Jesus com Nicodemos, registrado no evangelho de João, nosso Mestre diz que era preciso nascer de novo para ver o reino de Deus. A reencarnação mencionada nesse episódio bíblico, de forma clara e inequívoca, remete-nos ao entendimento que somente perece o corpo e que o espírito imortal vai renascendo para novas experiências, progredindo a caminho da perfeição. Esse conceito antecede o Cristo, já sendo cultivado em povos e civilizações muito antigas.
No suceder dos milênios, vamos vivendo as experiências necessárias nos lugares e nas circunstâncias certas para o nosso aprimoramento. Dependendo de nosso grau evolutivo, nós mesmos, muitas vezes, escolhemos as provas às quais nos submeteremos. Na verdade, no mundo espiritual, ciosos de nossos erros e acertos, vislumbramos com mais clareza as necessidades de nosso espírito. Dessa forma, muitos de nós acabamos escolhendo experiências que nos propiciarão, ainda que dolorosamente, a nossa redenção espiritual.
Em casa, costumamos encontrar as maiores chances de exercício de tolerância, de renúncia, de abnegação, de paciência; reencontros de almas nem sempre afins, em situações tais que nos desafiam, mas que em verdade funcionam como verdadeiras alavancas ao progresso. Oportunidades silenciosas de renovação, desfazendo nós outrora construídos na maldade, na maledicência, em atos que nos envergonharíamos se os tivéssemos em nossa memória. Deus nos propicia a bênção do esquecimento e assim, cheios de coragem, reencontramos antigos afetos e desafetos em oportunidades sacrossantas de construção de laços de amor.
É a reencarnação que vem explicar grandes sofrimentos em tenra idade, os prodígios, as inteligências invulgares e as aptidões de toda sorte. É a chave para os questionamentos que fazemos em nossa intimidade. É o tesouro ou o grilhão que trazemos conosco para o cenário de nossa existência.
Portanto, você que lê essas breves linhas, muna-se de coragem, resignação e fé, para vencer-se a si mesmo no egoísmo, na vaidade e no orgulho. Ore ao Pai para que se abasteça de energias revigorantes para os grandes embates da vida. Nunca desanime! Guarde bom ânimo! Peça sempre forças para o cumprimento do dever, para fazer o que for certo, para fazer o bem sempre! Esse é o caminho! Não nos iludemos com as distrações do mundo, perigosas e traiçoeiras, visto que nossa consciência, um pouco mais a frente, há de nos cobrar pelas nossas atitudes. E nada como conservar a paz íntima pelo dever corretamente cumprido!
É na sementeira do bem que colhemos o mesmo bem, hoje ou amanhã, agora ou depois. Nos caminho outros, quando imaginamos burlar leis divinas, anestesiando nossa consciência diante de nossas faltas, febricitando nossas emoções na busca incansável pelo prazer a qualquer preço, jamais encontraremos saúde, paz, felicidade.
E assim vamos espalhando sementes de caridade, de bondade real, de perdão incondicional. Tudo isso tem o nome de amor, que, plantado aqui e ali, reverbera em nosso próprio benefício. E com essas asas do saber e do amor, atravessamos a linha do tempo, num voo seguro pela eternidade.