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Pesquisa anima Bolsonaro

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A última pesquisa do DataFolha mostra que o presidente Bolsonaro não tem sido afetado politicamente pela Covid-19, mesmo mantendo uma postura de descrédito quanto à gravidade da pandemia, que já considerou como uma “gripezinha” que afetaria poucas pessoas. Hoje, já contabilizamos 110 mil mortes e três milhões de infectados, números que a população não atribui ao presidente, como tentam fazer alguns de seus desafetos.

Esta constatação do DataFolha, que surpreendeu adversários e até aliados do presidente, tem explicações políticas. Bolsonaro vinha sendo seu maior inimigo com suas atitudes intempestivas, mas, acuado pelos fatos, buscou um maior distanciamento dos mais radicais, seguindo a velha lição das raposas mineiras de que não se governa com exaltados. Eles servem para ganhar eleições, não para governar. Mais distante dos radicais, buscou apoio no centrão e conselhos dos mais sensatos, entre eles o ex-presidente Temer, e também evitou embates mais ruidosos com os outros Poderes, o que, é preciso reconhecer, era um de seus passatempos favoritos.

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Mais calmo, mais comedido, embora sem abandonar inteiramente o confronto para não perder a marca, o presidente tem evitado o “cercadinho” do Alvorada, lugar de tantas declarações bombásticas e desastradas, influência de aduladores e apoiadores. A mudança de comportamento e a adoção de medidas de políticas públicas para amenizar as consequências das crises sanitária e econômica explicam esta reversão nas expectativas de aceitação do Governo Bolsonaro pela população, que, em sua maioria, já não contesta o fato de o Governo ter um ministro provisório na área de Saúde que nem médico é.

Sem os solavancos políticos e, é preciso reconhecer também, o trabalho de governadores, entre eles Joao Doria e Romeu Zema, e prefeitos no enfrentamento da pandemia, o país começa a encaminhar sua recuperação. A vida começa a ser flexibilizada, e importantes setores da economia já mostram sinais evidentes de recuperação. Algumas empresas vêm demonstrando uma surpreendente retomada de suas atividades, como é o caso da Usiminas, fato exaltado pelo seu presidente Sérgio Leite, em recente café da manhã de negócios.

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Em praticamente todos os segmentos econômicos, mesmo no setor serviço, em que as pesquisas indicam um ritmo menor de recuperação, já é possível enxergar a “luz no fim do túnel”, trazendo a esperança de recuperação de, com certeza, milhares de empresas destroçadas pela pandemia. Isso nos dá a esperança de que o Brasil, mesmo na péssima situação em que se encontra, pode voltar ao seu rumo.

No Governo federal, o então todo-poderoso Paulo Guedes bate de frente com alguns outros ministros e pode deixar o barco. Contudo não será a sua queda, que parece cada dia mais certa, que levará o país a uma situação de ingovernabilidade. O Brasil é muito maior que as pessoas. E isso sei desde que comecei a acompanhar a vida política e econômica deste país.

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