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Atos repugnantes

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Os escândalos do Mensalão, do Petrolão e de outros envolvendo desvios de bilhões de reais dos cofres públicos pareciam ter deixado a lição de que o crime não compensa, após a condenação de seus mentores e de participantes desses esquemas. Que haveria uma mudança de mentalidade. Entretanto sabemos que a oportunidade é que faz o corrupto aparecer, ainda mais quando se trata de grande quantidade de dinheiro, que deveria ser destinada a combater o coronavírus.

As denúncias de sumiço de 60 mil doses da vacina Coronavac, no Amazonas, dão a exata dimensão do quão os criminosos são capazes para executar o seu intento. O momento exige um esforço de todos para conter a pandemia, mas para eles o melhor é tratar de seus próprios interesses, numa atitude que chega a causar mal-estar nos cidadãos de bem.

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O desvio de verbas milionárias que seriam para o combate ao coronavírus, envolvendo falsas compras de respiradores ou compras superfaturadas, bem demonstra o instinto asqueroso de alguns governadores e prefeitos, sedentos pelo poder e com o objetivo de levar para a sua casa o dinheiro do povo. Não foi para isso que esses políticos foram eleitos, e nas próximas eleições eles serão lembrados e não serão perdoados por seus eleitores. O que fizeram foi um verdadeiro festival de roubalheiras. Um “Covidão” na pandemia!
Nem o auxílio emergencial – benefício financeiro concedido pelo Governo federal aos trabalhadores informais para o enfrentamento da crise – conseguiu escapar das fraudes milionárias praticadas por organizações criminosas em diversos estados.

No baú das crueldades praticadas contra a população, encontram-se as mais sofisticadas formas de aplicar o golpe. Um exemplo é a venda de imunizantes falsificados contra a Covid-19 pela internet. Trata-se de mais um componente da maldade que, na prática, afeta a vida dos compradores que buscam soluções imediatas para a sua sobrevivência ao coronavírus. A comercialização de vacinas falsificadas revela o quanto o brasileiro ainda tem que aprender para viver numa sociedade responsável, seguindo os princípios da irmandade. Essa prática ilegal exige um combate rigoroso e punição de seus autores. O imunizante é gratuito e distribuído nos postos do SUS. Vacina pirata, não!

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Outro exemplo é um fato surreal, em que as seringas sem o imunizante foram aplicadas em idosos, o que revela o quanto de maldade existe na mente de alguns profissionais que trabalham para salvar vidas.

Espetam o braço da idosa, que está ávida pela vacina, fingem apertar o êmbolo, retiram a agulha do braço e colocam um pedaço de algodão no local da perfuração. É o fim da picada! Há casos em que a técnica de enfermagem pede: “A senhora olha pra lá”, antes de fingir aplicar a vacina. Quanta prática maquiavélica! Tudo isso gravado em vídeo, pasmem! Possivelmente, os frascos cheios seriam levados para os familiares dos técnicos ou, então, vendidos de alguma forma. Seringa vazia, não!

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Não bastassem os casos chocantes citados, temos ainda os que usam de seu prestígio para furar filas na vacinação, mesmo sem ter vínculo laboral com a unidade de saúde. O jeitinho brasileiro está sempre vivo em qualquer situação. Os espertinhos são aproveitadores de uma situação de caos coletivo, causada pela trágica pandemia, que visam benefícios individuais ilegítimos. É uma classe de gente insensível ao sofrimento das pessoas que, em desespero, buscam proteção na vacina.

Não fossem esses atos extremamente repugnantes, condenados pela sociedade, com certeza, milhares de vidas poderiam ter sido poupadas.

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