Jesus, quando caminhando sobre a terra, foi traçando um roteiro de condutas através de seu exemplo. Enviado por Deus, Nosso Pai, conduziu-Se entre nós, curando enfermos, socorrendo a toda gente, doentes do corpo e da alma. Mostrou-nos os valores imperecíveis da alma e convidou-nos a segui-Lo. E foi bem claro: “O Meu reino não é desse mundo” e ainda: “Pegue a sua cruz e siga-Me”.
Em princípio, encantados diante da beleza de seus ensinamentos, iniciamos longa trajetória buscando-O, louvando-O, bendizendo-O. Um bom começo, sem dúvida. Mas é preciso mais. Atitudes exteriores não nos conduzirão até Ele. O trabalho e o esforço íntimos de reforma interior devem ser o fio condutor de nossa vida. Uma trilha de passo a passo, corrigindo o nosso pensamento, nossas escolhas e nossas atitudes. Esse trabalho é longe dos olhares alheios. É silencioso, cotidiano e laborioso.
Ser cristão é mais que dar de comer a quem tem fome! É isso e muito mais. É sermos cuidadosos com a palavra. É sermos cumpridores do dever onde quer que estejamos, em casa ou no trabalho, passeando ou laborando, sob o sol ou sob a chuva, de dia ou de noite, diante dos olhares daqueles que nos cercam ou, aparentemente, sozinhos. Na verdade, está lá, no Livro dos Espíritos de Allan Kardec: “Quando vos julgais muito ocultos, é comum terdes ao vosso lado uma multidão de Espíritos que vos observam”.
Conhecendo a nós mesmos, vamos perscrutando a nossa alma; através do silencioso estudo de nós mesmos, vamos aprendendo a identificar nossos defeitos e, num trabalho diuturno, vamos construindo um homem melhor. Essa atitude não é passiva. É o exercício do bom combate a que se referiu Paulo de Tarso. Luta contra as nossas más tendências, combate diário contra orgulho, vaidade, egoísmo. E lembremo-nos: façamos conosco uma análise bem honesta de nós mesmos. Não nos deixemos levar por desculpismos, tão onipresentes no discernimento de nós mesmos e tão ausentes na análise da condução daquele que nos cercam.
Os tempos de atitudes exteriores como no farisaísmo, referido por Jesus na parábola do fariseu e o publicano, ficaram para trás. Cerca de dois mil anos se passaram, e, sob as luzes do espiritismo, é hora de darmos passos largos na busca da felicidade tão almejada. Endireitando nossos caminhos, através do Vigiai e Orai, trilharemos um roteiro promissor, passando por portas estreitas, mas alcançando nossa redenção, a vitória enfim.