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Quando os governos fazem o povo de bobo

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“Governar é a arte de criar problemas cuja solução mantenha a população em suspense” (Ezra Pound, poeta).
O recente episódio ocorrido no Rio Grande do Norte, onde milhares de servidores ligados à segurança (policiais civis e militares, e bombeiros) estiveram em greve, mostrou o quanto o poeta que escreveu o verso acima estava correto.

Desde o dia 20 de dezembro até o início da semana passada, este importante setor da administração pública ficou paralisado, trazendo um tremendo caos àquele estado. A população esteve totalmente desprotegida, e aconteceu um grande aumento da criminalidade no período. O governador, intransigente nos primeiros dias, percebia a triste repercussão que o delicado momento trazia ao seu governo.
O que reivindicavam os grevistas? Dentre os mais importantes itens de sua pauta estavam: aumento do vale-alimentação, reajuste da diária operacional, investimento em equipamentos fundamentais de trabalho, como novas viaturas, munições e coletes à prova de balas, e, o óbvio, pagamento dos salários atrasados, como os de novembro e dezembro, mais o décimo terceiro.

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Depois de quase 20 dias, o Governo do estado do RN cede à sua teima em não negociar e concede o que foi pedido pelos grevistas. Não fez nada de sobrenatural. Apenas atendeu tudo o que era justo nas reivindicações de seus servidores.

Então, pergunto: por que já não fez isso logo no dia 20 de dezembro passado, evitando, com isso, o drama que se instalou nas ruas e nos presídios, nas delegacias e nos batalhões? O povo potiguar viveu sob uma crise absurda que poderia ter sido evitada no nascedouro.
Se aquela pauta levada ao Governo pela comissão de seus funcionários poderia ser atendida naquela hora ou 20 dias depois, por que permitiu a bagunça que se instalou em todo o estado com o brutal aumento dos índices de criminalidade?

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A impressão que se tem – e fica cada vez mais claro isso com esse episódio – é que “governar é a arte de criar problemas cuja solução mantenha a população em suspense”, como profeticamente antecipou o poeta.

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