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À espera do Natal

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Neste domingo, entramos na terceira semana do Advento, tempo de preparação para a Festa do Natal de Jesus. O maior acontecimento para os cristãos: o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de ser Deus. O Natal de Jesus precisa ser preparado e celebrado a cada ano. São quatro semanas de preparação, e, no decorrer delas, somos convidados a esperar Jesus que vem.
É um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor considerado sob diversos aspectos. Em primeiro lugar, a expectativa do Antigo Testamento pela vinda do Messias, do que falaram os profetas, agradecendo a Deus o dom inefável da salvação, que se realizou na vinda do divino Redentor. Agora, a vinda do Salvador deve atualizar-se no coração de todos os homens, enquanto a história se encaminha para a Parusia, ou seja, a vinda gloriosa do Senhor. É nesta perspectiva que devem ser escutadas as leituras do Advento. “Vinde, caminhemos à luz do Senhor!”
Nas duas primeiras semanas do advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda do Salvador. Um dia, o Senhor voltará para colocar um fim na História humana, mas o nosso encontro com Ele, também, está marcado para logo após a morte.
Nas duas últimas, lembramos a espera dos profetas e de Maria. Nos preparamos mais (especialmente) para celebrar o nascimento de Jesus em Belém. Os profetas anunciaram esse acontecimento com riqueza de detalhes; nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi, e seu Reino não terá fim. Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão terrena.

Para o bispo de Santo André, São Paulo, dom Pedro Cipollin, “muitos hoje se perguntam: o que celebramos no Natal? Essa festa, que era momento de confraternização entre pessoas e famílias, trazendo alegria e esperança para a humanidade, está hoje em extinção exceto pelas vendas de presentes e pelos jantares. A festa de Natal não é mais o que foi durante séculos, parece ter mudado de sentido e de rumo”.
“Hoje, em nossa cultura tecnológica altamente desenvolvida e secularizada, na qual o homem se coloca no lugar de Deus prescindindo Dele, qual o sentido de comemorar o nascimento do menino Deus? O Natal nesse contexto deixou de lado seu significado profundo e altamente positivo de constatar que Deus o criador vem e se torna criatura, um de nós. O Natal hoje se tornou uma festa folclórica, impulsionada pelo mercado, em que se compram e se vendem presentes, esquecendo-se do aniversariante.”

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“Mais que celebrar um acontecimento no qual ‘Deus nasce no meio dos pobres para enriquecer-nos com sua pobreza’, conferindo uma dignidade ímpar ao ser humano, Natal hoje é festa do comércio. O Natal, hoje, nem mais é a festa do Papai Noel, um ancião, suspeito também, porque estamos em tempos de cultura do corpo e da eterna juventude. Porém há sentido, sim, em comemorar o Natal quando se admite o significado da pessoa e da mensagem de Jesus na história passada, presente e futura da humanidade. A mensagem de amor, fraternidade e tolerância que permeia o Natal é e será sempre atual. Por dois milênios, nossa cultura ocidental pautou-se pelos princípios cristãos e pelo que o cristianismo conservou de outras culturas. Celebrar o nascimento de Jesus é celebrar a esperança no sentido da vida. É trazer Deus de volta para habitar a humanidade para que ela se encontre e se salve de si mesma, abrindo-se para o infinito”.

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