Eu penso que a amplificação de muitas tentativas de expressão artística revela claramente a necessidade de reeducar nosso país no sentido musical e também moral.
O grande acesso aos modernos meios de comunicação e de expressão acabou misturando a verdadeira e a falsa arte, porque, hoje, qualquer um, mesmo o mais desqualificado, pode se expressar se intitulando artista. Então, diante desse pluralismo, muitos sentem dificuldade em separar o joio do trigo e, por consequência, se deixam levar por um relativismo artístico e também moral. Tal relativismo conduz ao não reconhecimento da verdadeira arte no seu sentido objetivo, e aí a arte se esvai, morre. Noto isso, ou seja, uma perdição artística, uma inversão de valores, muitas vezes acolhida e vivida de maneira inconsciente. Pesa sobre tudo isso a influência de uma ganância econômica em que muitos patrocinadores visam lucrar com a ignorância do povo, em vez de investir na sua boa educação. Surge então a cultura do descartável, que superficializa e ridiculariza tudo (a música, a linguagem oral, escrita e corporal, a moda, as artes plásticas etc.).
Temos hoje modernos e eficientes meios de expressão; mas como a sociedade tem usado isso? Cedo ou tarde, como atesta a história, surgirão novas mudanças. Basta lembrar aquele período histórico chamado “Renascimento” (do século XIV ao XVI). Portanto é sempre possível superar as crises artísticas e morais. É necessário, contudo, reconhecer os malefícios das perdições e empreender todos os esforços e os sacrifícios em prol de uma educação que seja mais profunda e menos superficial.
Esse espaço é para a livre circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail (leitores@tribunademinas.com.br) e devem ter, no máximo, 30 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.