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A cultura como ferramenta de transformação

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Quando falamos de cultura, nos referimos não apenas a um produto, como uma peça de teatro ou um filme, e sim a uma razão de existência, um estímulo social que nos movimenta. Existem diversas formas de consumir cultura, seja se divertindo em uma comédia romântica ou repensando a vida em um drama. Seja qual for a escolha, um elemento está presente em todas: a necessidade de compartilhar afetos.

Em um espetáculo teatral, tudo é feito pensando nessa partilha. As funções de diretor, coreógrafo e ator se unem em meio ao trabalho em equipe, onde todos têm voz e onde compartilhar é a palavra-chave. Uma peça nunca será a mesma, porque em cada exibição ela trará elementos diferentes, seja por parte de quem está no palco, ou até mesmo pelo calor do público.

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Enquanto estivemos presos em casa, na pandemia, percebemos como precisamos da arte. Em meio a tantas perdas, ela foi um acalento e nos ajudou a superar esse momento tão pesado, e a partir dela nos conectamos conosco e com os outros. Infelizmente, ainda há quem desmereça o papel da cultura na construção de caráter e como base na sociedade, tratando-a apenas como lazer. Porém é a partir dela que nós construímos nossa individualidade.

A arte é feita por pessoas e tem obrigação inclusiva e democrática, afinal, não existiria arte sem diversidade. Questões sobre cor, gênero ou sexo transcendem em uma pluralidade na qual o mais importante é o ato de afetar. Por isso precisamos trabalhar mais na democratização da cultura, tornando-a mais acessível. Não me refiro apenas a ingressos baratos para o cinema ou teatro, mas permitir que cada um tenha oportunidade de vivenciar a arte de alguma forma.

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Todos temos material para sermos artistas, vivências e opiniões que podem atravessar o outro. Estudar as técnicas e aprender com professores especializados sempre será importante, afinal, a arte também é um trabalho, como qualquer outro. A principal diferença da cultura para outras áreas é que aqui não falamos apenas em estudo, mas em se descobrir como agente de transformação. Somos uma manifestação das nossas experiências.

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