O nome Páscoa é de origem hebraica, da palavra Pessach, que significa “passagem”, e leva esse nome pois, antes de ser a festa da ressureição, marcava o final do inverno e a chegada da primavera. A Páscoa é uma tradicional comemoração realizada nas religiões cristãs que relembram a crucificação e a morte de Jesus Cristo, celebrando a sua ressurreição.
Relembrar a origem da Páscoa e seu significado é importante para todos nesse período em que estamos vivendo; guerras, fome e muitas mortes por doenças. Como bem disse o Papa Francisco, na catequese sobre a Semana Santa: “As armas do Evangelho são a oração, a ternura, o perdão e o amor gratuito ao próximo, a todos. (…) A guerra é uma ação humana que leva à idolatria do poder”. Temos guerras em todas as partes do mundo onde impera a desigualdade social, característica de uma sociedade que valoriza o dinheiro, e não o amor.
O Papa fez uma pausa em sua série de catequeses sobre os idosos e dedicou sua reflexão na Audiência Geral à Semana Santa, com o tema “A paz da Páscoa”. “A paz que Jesus nos dá na Páscoa não segue as estratégias do mundo, que acredita poder obtê-la através da força, da conquista e de várias formas de imposição. “Essa paz, na realidade, é apenas um intervalo entre guerras. A paz do Senhor segue o caminho da mansidão e da cruz; no entanto é difícil de aceitá-la. De fato, a multidão que aclamava Jesus é a mesma multidão que alguns dias depois grita: “Crucifica-o e, com medo e desilusão, não levanta um dedo por Ele”.
O Papa citou o escritor russo Dostoiévski, em especial a obra Lenda do Grande Inquisidor, que fala de Jesus que, após vários séculos, regressa à Terra. No livro, o Inquisidor interroga e critica ferozmente Cristo, esperando uma resposta do mesmo nível. Mas, também aqui, Cristo reage com um gesto dócil. Francisco então comentou, fazendo referência à guerra na Ucrânia:
“A paz de Jesus não domina os outros, nunca é uma paz armada. As armas do Evangelho são a oração, a ternura, o perdão e o amor gratuito ao próximo, a todos. Essa é a forma de trazer a paz de Deus ao mundo. É por isso que a agressão armada desses dias, como qualquer guerra, é um ultraje contra Deus, uma traição blasfema ao Senhor da Páscoa, preferindo ao seu rosto manso o do falso deus desse mundo. Sempre. A guerra é uma ação humana que leva à idolatria do poder.”
“Especialmente este ano, é a ocasião abençoada para passar do Deus mundano para o Deus cristão, da avidez que levamos dentro de nós para a caridade que nos liberta, da expectativa de uma paz trazida pela força para o compromisso de testemunhar concretamente a paz de Jesus. Coloquemo-nos perante o Crucificado, a fonte da nossa paz, e peçamos-lhe paz do coração e paz no mundo.