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O MST é legítimo ou ilegítimo?

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As terras existentes no Brasil estão nas mãos de poucos. Ao longo dos 517 anos de latifúndios improdutivos, diversas lutas foram travadas contra a exploração dos latifundiários, e a sonhada Reforma Agrária nunca foi concretizada. No final do século XIX e no século XX, movimentos nas áreas rurais surgiram com o intuito de democratizar e mudar a ordem estabelecida, criando diversas ações com particularidades próprias, em busca de mudanças na luta pela Reforma Agrária e pela cidadania. Além disso, eram formados por lideranças. Canudos, com Antônio Conselheiro; o Contestado, com Monge Maria; as lutas do Cangaço, com Lampião, e outras lutas regionalizadas em cada estado brasileiro.

No período de 1950 a 1964, o movimento camponês é organizado como classe. Ligas Camponesas, UTABs e o Master tiveram imenso desenvolvimento e tinham como meta promover a Reforma Agrária. Com a revolução de 1964, esses movimentos foram aniquilados pelos militares. Já em 1984, na cidade de Cascavel, no Paraná, surgiu o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A Reforma Agrária era o seu o alvo principal. O MST também prega a desapropriação dos latifúndios improdutivos, defende a cobrança do Imposto Territorial Rural (ITR), opõe-se aos projetos de colonização e defende a autonomia das tribos indígenas (sendo contra a revisão de suas terras).
Mesmo diante dessa possível realidade, o MST pode ser considerado legítimo ou ilegítimo? Os veículos de comunicação tradicional abordam a história do MST e tentam criar um discurso para criminalizar o movimento. Nos dias atuais, qualquer movimento liderado por pessoas humildes e que tenha origem nas camadas menos favorecidas economicamente é alvo de críticas da elite branca que comanda o país.
Não é retratada a realidade dos homens que sofrem com a pobreza, a violência estrutural, a opressão e a repressão autorizadas pelos governantes que praticamente são ignorados pela mídia tradicional.

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Lamentavelmente, milhões de brasileiros são mal informados e acreditam nos discursos daquela pequena elite que criminaliza a voz dos sem-terra. No passado, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra era conhecido por invadir terras improdutivas para promoção da justa e igualitária Reforma Agrária. Na atualidade, é acusado de venda irregular de lotes, bloqueio de estradas, assentamentos com baixa produtividade, denúncia de assassinatos, acordos políticos, lideranças corruptas e totalitárias. As acusações levam a crer que o movimento perdeu credibilidade e seu caráter inicial, com tendência de só piorar, conforme se alie com o Governo.

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