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O círculo vicioso

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Os danos de uma desordem pertinente no país, em função dos mais variados teratomas políticos que aparecem, são transferidos para o Brasil inteiro, criando o terreno necessário para algo que é bastante temido e nos traz arrepios: a expressão “crise política”. Os efeitos são sentidos, em peso, em pequenas e médias empresas e no grupo dos lojistas, principalmente, por conta da impossibilidade de acesso ao crédito bancário.

Crédito, segundo a FGV, é a “entrega de um valor presente, mediante a promessa de pagamento futuro”. Portanto, estamos diante de uma situação conflitante. Isso porque, antes que seja concedido o crédito, é preciso passar um “pente-fino” em cada pessoa física ou jurídica, que faz parte do processo de análise do “risco de crédito”. Em outras palavras, grosseiramente falando, há o risco de que quem forneça o crédito leve um calote, inadimplência. Entretanto, quando os créditos são solicitados em uma instituição bancária numa situação de crise, por exemplo, já há uma chance maior de calote implícita pela própria situação, e isso torna mais difícil de ele ser aprovado.

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É como Emerson Beloti, presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), disse em uma matéria do começo de julho publicada na Tribuna. “O empresário pede o empréstimo porque está com dificuldades para honrar os compromissos neste momento, mas os bancos têm como premissa que, para a concessão, a empresa esteja com as contas em dia. Esta controvérsia não tem deixado o recurso chegar.”

Vários critérios “ad hoc” são observados pelos bancos para uma análise antes da disponibilização do crédito. Alguns deles são a capacidade de pagamento a curto prazo medido via conta corrente; verificação do nome da pessoa jurídica ou pessoa física no Serasa ou SPC (histórico do cliente); entrevistas chamadas “visitas”; checagem via ficha cadastral ou um balanço patrimonial.

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O bojo da questão é como fazer esse crédito chegar nas mãos das micro, pequenas e médias empresas, inclusive dos lojistas, sem muita burocracia e rapidamente; caso contrário, os efeitos deletérios serão mais difundidos, e podemos esperar uma redução de 20% das empresas no segundo semestre, diz Beloti. Esse problema só poderá ser resolvido se integrarmos várias esferas e as coordenarmos de modo que todas trabalhem juntas, desde o Executivo, passando pelo Legislativo, até os bancos.

Em uma matéria do Monitor Mercantil, o professor, advogado e economista Alessandro Azzoni diz que uma das maiores dificuldades reside no fato de que os bancos comerciais ainda não aderiram ao sistema de concessão de crédito, já que, atualmente, apenas o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal o fazem. Com a ajuda de outros bancos privados, o benefício poderia se estender a muitos brasileiros a mais. Fica, assim, mais fácil para o empresário, ou pequeno empreendedor, conseguir o benefício caso ele seja negado em uma instituição.

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