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CNBB toma posição face à realidade atual

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Ao fim da primeira etapa da Assembleia Geral deste ano, os bispos católicos dirigiram ao povo uma mensagem de “fé, esperança e corajoso compromisso com a vida”. Seu contexto é a “grave crise sanitária” que tornou mais intensa a “crise ética, econômica, social e política que já nos desafiava bem antes da pandemia, escancarando a desigualdade estrutural”.

Dada sua importância para nós, leigos e leigas cujo campo prioritário de missão é de construir a “civilização do amor”, apresentamos aqui um resumo desse importante documento.
Nossos bispos alertam que “o quadro atual é gravíssimo. O Brasil não vai bem! A fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o país.” E continuam: “assistimos estarrecidos, mas não inertes, os criminosos descuidos com a Terra, nossa casa comum”. Disso são exemplos “a dilapidação dos ecossistemas, o desrespeito com os direitos dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, a perseguição e criminalização de líderes socioambientais”.

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Alertam que não podemos nos deixar anestesiar e ignorar “clima de tensão e violência em que vivemos no campo e nas cidades. A liberação e o avanço da mineração em terras indígenas e em outros territórios, a flexibilização da posse e do porte de armas, a legalização do jogo de azar, o feminicídio e a repulsa aos pobres não contribuem para a civilização do amor e ferem a fraternidade universal”.

Diante deste cenário, os bispos apelam aos governantes que “promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988”. Tendo em vista o processo eleitoral que se aproxima, exortam para o exercício da cidadania, com consciente participação política, capaz de promover a “boa política”, como nos diz o Papa Francisco. É imperioso evitar “a lógica do confronto que ameaça o estado democrático de direito, transforma adversários em inimigos, fomenta o ódio nas redes sociais, deteriora o tecido social e desvia o foco dos desafios fundamentais a serem enfrentados”. É, portanto, em espírito de diálogo que os bispos apelam aos governantes e ao povo para a participação política.

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Por essa razão, denunciam as “tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente”, para “colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto”. Diante dessa ameaça, os bispos reiteram seu “apoio às Instituições da República, particularmente aos servidores públicos, que se dedicam em garantir a transparência e a integridade das eleições” e conclamam “toda a sociedade brasileira a participar das eleições e a votar com consciência e responsabilidade”.

Para que essa participação política seja realmente responsável, a Rede Brasileira de Fé e Política e o Conselho Nacional do Laicato do Brasil acabam de lançar o projeto “Encantar a Política”, do qual falaremos noutra coluna de “Igreja em Marcha”.

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