A pandemia e o isolamento chegaram trazendo diferentes surpresas e consequências para a sociedade, dentre elas, o domínio das redes sociais. Quando menos esperávamos, mulheres, negros, homens e gays ganharam voz e estavam juntos e prontos para defender uma causa.
Com essas movimentações e exposições, surgiu o caso Mariana Ferrer, em que a jovem tornou públicas as agressões psicológicas e verbais que sofreu durante seu estupro e seu julgamento. Em suas redes sociais, ela contou os detalhes da situação horrível e violenta que vivenciou em um estabelecimento. A jovem se dispôs a fazer exames, o que é praticamente humilhante para qualquer pessoa após sofrer esse tipo de agressão, e ainda foi considerada culpada pelo advogado do acusado pelo crime em seu julgamento on-line.
Segundo o advogado, a culpa do abuso não deve ser colocada inteiramente sobre os homens, já que a mulher pode causar a situação. Um pensamento totalmente inadmissível e inaceitável, principalmente no século XXI.
Atualmente, os movimentos feministas ganharam muita força e destaque na internet. Andar na rua e perceber que está sendo olhada “de cima a baixo”, de uma forma desrespeitosa, ou ouvir um cochicho são coisas nojentas e que acontecem com frequência, porém não estão mais sendo aceitas pela sociedade.
Nós, mulheres, necessitamos de mais respeito e de igualdade de gênero!
As mulheres podem e devem usar a roupa que querem, o batom que escolherem, ou que gostam, usar o que se sentirem confortáveis. A cor de um batom, ou um simples short curto, não dá o direito de formar um pré-conceito sobre a pessoa, ou, pior, de dizer que a mulher está “provocando” o estupro. Estamos no século XXI, todos temos o direito de nos vestirmos e andarmos como quisermos, fazermos o que quisermos, independentemente de como a sociedade vai reagir. Seu corpo, suas regras!
Na audiência, falou-se em “estupro culposo”, algo que sequer existe na lei, podendo ser um incentivo para alguns criminosos fazerem o ato e acharem que ficarão impunes. Com esse resultado, a movimentação de todos nas redes sociais foi grande.
Mas é impressionante como ainda existem homens machistas na sociedade e que defendem o estuprador como se ele não fosse culpado. Muitas pessoas, e, principalmente, mulheres, se reivindicaram, repostando fotos e pedindo respeito por Mariana.
Mas, infelizmente, não são todos que têm o mesmo pensamento em uma sociedade. Em uma simples audiência, na qual era para ser discutido “estupro de vulnerável”, foi discutido “estupro culposo”. Como o caso pode se inverter dessa forma e o inocente ser culpado?
Nós, mulheres, nunca vamos ficar seguras no Brasil!