Nos últimos dias, estamos recebendo uma avalanche de notícias com relatos do sofrimento de pessoas do gênero feminino. Assédio moral, assédio sexual, feminicídio, lesbofobia e transfobia a inúmeras mulheres, com índices assustadores.
A menina e a atriz em destaque nesta semana devido aos estupros que foram cometidos receberam julgamentos horríveis devido às suas decisões tomadas para os “desfechos” dessas tragédias.
As pautas constantes da TV, do rádio, do impresso ou da internet têm tido como destaque as violências psicológica e física contra as mulheres. Essa triste realidade ocorre em diferentes âmbitos, seja contra uma dona de casa da periferia ou contra a empresária reconhecida nacionalmente.
Sendo mulher, sinto aquele “embrulho” no estômago e aperto no coração… Essa situação não pode continuar! Pois existimos, resistimos, amamos, sonhamos, e respeito é o mínimo que exigimos!
E, ao assistirmos a uma mulher não conseguir completar o seu passo, a sua caminhada, após ouvir uma frase machista – “Chega pra trás, meu Deus do céu!” – , percebo a necessidade de demonstrarmos cada vez mais que devemos responder: “Não! Não vamos ficar para trás, nós vamos para a frente e sempre seguir em frente, porque o nosso lugar é onde quisermos!”.
Simone de Beauvoir sabiamente disse: “O machismo faz com que o mais medíocre dos homens se sinta um semideus diante de uma mulher”. De sexo frágil, como costumam caracterizar a mulher, não temos nada. Onde está a nossa fragilidade se a luta e a resistência vêm de décadas para a conquista de nossos direitos?
Há tempos, observamos que em algumas famílias tem-se o costume de ensinar desde a infância a diferenciar e separar as “brincadeiras de meninos” das “brincadeiras de meninas”. Essa segregação só tende a agravar o machismo e a tentativa de manter e resgatar apenas uma sociedade patriarcal. Mas com a coragem e a persistência da mulher é possível observarmos a sua presença em profissões que antigamente não tinham oportunidade nem direito de exercê-las, entre elas o futebol, o jornalismo e a política. Além disso, a mulher tem demonstrado que ela pode e deve, sim, usar o tipo de roupa com a qual se sentir bem e quiser, sem que seja assediada.
Por fim, não precisa ser 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para expressarmos a nossa homenagem às mulheres, pois como diz a clássica frase de Erasmo Carlos: “Mulher só não é melhor por pura malandragem das vogais…”.