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Copa América: o que está em jogo?

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Depois da recusa da Colômbia e da Argentina em sediarem a Copa América, o Governo brasileiro respondeu rapidamente e de forma favorável à solicitação da Conmebol para que a competição fosse realizada no Brasil.
O evento será realizado de 13 de junho a 10 de julho de 2021, com disputas entre países da América do Sul, o que atrairá milhares de pessoas para o país.

No Brasil, já tivemos exemplos de grandes aglomerações de torcedores em hotéis e nos arredores dos estádios em dias de partidas e em ruas, festas e bares nos dias das finais da Copa Libertadores da América e do Campeonato Brasileiro.

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O ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, anunciou que as partidas acontecerão nos estados do Mato Grosso, Rio de Janeiro e Goiás, além do Distrito Federal. Outros estados se recusaram a sediar jogos da competição. O argumento utilizado por ele e pelo presidente Jair Bolsonaro é de que outros campeonatos estão acontecendo sem problema algum, o que sabemos muito bem que não é verdade.

O Campeonato Brasileiro teve muitos problemas com atletas e equipes técnicas com surtos da Covid-19 – cerca de 320 casos entre jogadores e técnicos -, assim como estamos vendo acontecer na Copa Sul-Americana e na Libertadores. Há pouco tempo, a equipe do River Plate teve um surto com mais de 20 atletas infectados.

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O Grêmio, que disputa as duas competições internacionais, só nos últimos testes, teve dez casos ativos entre atletas e comissão técnica. No mesmo dia em que decidiam onde seria a Copa América, o jogador Arrascaeta testava positivo para a Covid-19, ficando de fora das partidas do Uruguai pelas eliminatórias da Copa do Mundo, assim como ocorreu com o jogador Vidal, do Chile, que foi hospitalizado.

Assim como nas demais competições, a realização da Copa América coloca em risco a população em geral, além de atletas, técnicos e árbitros, entre outros envolvidos. Vivemos um momento em que o país ainda não conseguiu controlar a proliferação do vírus, com quase meio milhão de mortes, na iminência do colapso do sistema de saúde pela falta de leitos de UTI e pela falta de oxigênio. Ainda não temos vacinas suficientes para toda a população, que conta com pouco mais de 10% de imunizados com as duas doses. Diversos epidemiologistas e infectologistas já se pronunciaram, dizendo que não há qualquer base técnica ou sanitária para que o país aceite um evento desse porte no cenário atual.

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O retorno do futebol em nosso país foi uma decisão apressada desde o Brasileirão, que teve início em pleno pico da pandemia em 2020.Todas as áreas estão sendo afetadas, assim como a esportiva, mas, infelizmente, decidiram que o esporte não pode esperar, colocando em risco a segurança dos atletas, das equipes multidisciplinares, de todos aqueles que estão direta ou indiretamente envolvidos nas competições e da população em geral. Jornais do mundo inteiro noticiaram o absurdo que estamos prestes a presenciar no Brasil, um dos países de maior descontrole da pandemia. No entanto, muitos brasileiros parecem não ligar mais.

Sou amante do futebol, mas penso que este não é um bom momento para Copa América, Libertadores, Sul-Americana, Copa do Brasil, Campeonatos Estaduais ou Brasileiro em meu país. Enfim, veremos a questão sanitária ser deixada de lado e teremos mais um episódio de pão e circo para a história. O que está em jogo não é só o futebol. São vidas!

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