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O vosso tesouro

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Em cada dia, na jornada terrena, nos ocupamos com as obrigações profissionais, familiares, enfim, cumprindo os deveres pertinentes à individualidade pessoal e coletiva, de maneira quase instintiva. Em alguns momentos, fazemos coisas de maneira tão automática que sequer damos conta.

Por menos que prestemos a atenção a tal massacrante rotina, intimamente, somos movidos, impulsionados mesmo, por um ou mais pensamentos persistentes, que, de tanto se alojarem em nossa alma, tornam-se desejos. E tais desejos tornam-se a força motriz de nossas vidas.

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A força do pensamento é uma usina de incalculável potência, gerando energia suficiente para movimentar o espírito encarnado ou não, durante milênios.

Tamanha é essa força vital que Jesus cuidou em nos instruir e orientar-nos sobre. Disse o Mestre de Nazaré: “Pois onde estiver vosso tesouro, ali estará também o vosso coração” (Lucas 12:34).

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De maneira figurativa, cultiva-se a ideia do nosso coração como fonte nascedoura de nossas paixões e amores; desse manancial florescem os sentimentos mais variados, que, de tão constantes, tornam-se inspiração, esta que alimenta os pensamentos, que respectivamente estimulam as palavras, e as palavras, lançadas pela boca, fortalecem de energias o corpo, que realiza a ação.

Dessa forma, com a vibração do pensamento, configurando-se em desejo, temos todo o alicerce das experiências pessoais e até as coletivas.

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Pensando é que o viciado cria para si o universo das fantasias monstruosas; o avarento enclausura-se no inferno da posse sem fim; o criminoso se lança nos despenhadeiros das monstruosidades; os ditadores afrontam as leis da harmonia social, e o preguiçoso se afunda nos pântanos da inércia.

Da mesma fonte, porém orientada, é pensando que o cientista encontra a solução que beneficiará a humanidade; que o engenheiro resolve problemas habitacionais; o artista embeleza a vida, e o técnico cria máquinas que aliviam o esforço físico, permitindo mais tempo ao raciocínio e ao convívio fraterno.

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A Doutrina Espírita nos ensina a eternidade da existência. Em razão disso, após o desencarne, o espírito livre das amarras do corpo físico, mais livre e intensamente viverá nos territórios de suas criações mentais, idealizadas pelos desejos e configuradas pela força dos pensamentos, que resultaram em atitudes sob as quais construiu sua vida.

Se no passado remoto não conhecemos o Cristo e ignoramos suas lições, hoje temos ao nosso dispor o Mestre vivo e atuante por meio de Seu Evangelho redivivo nas páginas da Doutrina dos Espíritos. Assim sendo, não mais podemos alegar desconhecimento. O Evangelho Segundo o Espiritismo é a fonte, e Jesus é a bússola a nos orientar para a caminhada segura, na educação de nossas emoções e ações, perpetuando, em nossos passos, o tesouro do conhecimento reformador.

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