Na Tribuna de Minas do dia 8 de dezembro de 2021, li, sem nenhuma estranheza, a notícia dessa já anunciada venda. Se eu estivesse em ação na CDIMG à época da construção desse Expominas de Juiz de Fora, jamais teria aconselhado essa construção no local em que está. Longe do centro urbano cerca de 20 quilômetros, à beira de uma rodovia federal, longe de tudo e totalmente inadequado para a construção de um centro de convenções. Na minha opinião, o melhor local seria onde foi construído um shopping perto da rodoviária, ou, ainda, depois da Fiemg da Zona da Mata ou onde se encontra o parque ou feira de exposições agrícolas. Onde se encontra construído, jamais.
Contam as “más línguas”, ou fofocas, que a construção do Expominas JF obedeceu a critérios políticos e troca de favores. Não se obedeceu a critérios técnicos como deveria ser feito. Depois de estágio no Japan Industrial Location Center de Tóquio, em 1975, aprendi muito a respeito de localização industrial e pratiquei esses conhecimentos na construção dos distritos industriais de Extrema, Pouso Alegre, Itajubá, Santa Rita do Sapucaí, Elói Mendes e até aquele no pequeno município de Rio Pomba, na Zona da Mata mineira. Todos foram construídos em locais adequados e representaram um grande avanço na economia de Minas Gerais. Jamais indicaria construir um centro de convenções em Juiz de Fora no local onde foi construído, tecnicamente falando, totalmente contrário a tudo que é aconselhado para a construção de um centro de convenções. Em Belo Horizonte, por exemplo, a CDIMG construiu dois centros de convenções: em frente ao mercado central, no prédio em que foi a Secretaria da Agricultura, e no grande Centro de Convenções no bairro da Gameleira, todos de um sucesso extraordinário.
Obedecer a critérios políticos quando se constrói uma coisa que deve ser feita para o desenvolvimento econômico e criar oportunidades de renda e emprego locais, regionais ou nacionais deve ser sempre perseguido. Critério político só ajuda a produzir votos nas eleições ou para eleger representantes bons, maus ou idesejáveis para fins de produção de rendas e empregos. Tudo depende de nós. Assim é que deve ser feito. Hoje, olho com muita tristeza tudo que foi jogado fora com a construção do Expominas Juiz de Fora. Afinal, somos diretamente os responsáveis por tudo.
Que a venda do Expominas JF seja feita, e que o dinheiro arrecadado seja aplicado totalmente em benefício da Zona da Mata mineira, totalmente esquecida pelos ex-governadores dos últimos tempos.
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