O mês de setembro vem recheado de comemorativos felizes. Um deles é o aniversário de distinta, nobre senhora e missionária do Cristo: dona Isabel Salomão de Campos. Enumerar-lhe os feitos, em breves linhas, constitui tarefa quase impossível, visto que sua vida longeva e ricamente produtiva requer tempo e espaço para uma narrativa fiel. Detenhamo-nos, por hora, a um olhar direcionado a uma de suas grandes obras nesta encarnação: “A Casa do Caminho”.
Fundada em 1974, juntamente com seu esposo, dr. Ramiro Monteiro de Campos, a Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” é como um imenso barco luminoso, atravessando águas ora tempestuosas ora mais calmas na linha do tempo. Numa direção alvissareira, cujo leme é seguro pelas suas mãos firmes em missão cristã, impulsiona a nau num avanço intrépido, corajoso, destemido, recheado de amor, recolhendo náufragos de toda a sorte. Sofridos do corpo e alma, desassistidos da sociedade, trôpegos pelos desencantos da vida, desiludidos pelas intempéries da jornada reencarnatória; poucos ali aportam pelas alegrias, dádivas celestes distribuídas pelo Senhor da vida.
“A dor é sempre a alavanca a nos impulsionar ao progresso”, já nos diz dona Isabel. Através dela, somos impulsionados a reflexões como: de onde eu vim? O que faço aqui? Para onde vou? Qual é a razão do sofrimento? “A dor amiga” acaba por nos direcionar a buscas, cujas respostas difíceis exigem de nós braçadas vigorosas em direção ao barco seguro que nos livrará das águas revoltas do mar vida. Essa nau acolhedora está ao nosso alcance, através de recursos diretos e indiretos, em sua moldura física ou através da internet ou pelo telefone e até pelo pensamento.
Bendita seja “A Casa do Caminho”, verdadeiro céu a nos socorrer, amparar e proteger. Acolhidos nesse regaço benfazejo, somos tratados pela medicina espiritual. Depois, em aprendizado sucessivo nesse núcleo de ensino, vamos compreendendo a razão da vida, encontrando respostas aos nossos inúmeros porquês. Estudando as verdades do Cristo através da Doutrina dos Espíritos, aos poucos, vamos deixando para trás o véu da ignorância, esforçando-nos, cotidianamente, a seguir Jesus. Não mais segui-Lo em atitudes exteriores, mas verdadeiramente no imo da consciência já banhada pelas verdades eternas. Nesse núcleo cristão, relembramos “a cada um segundo suas obras”, as leis universais de causa e efeito, a reencarnação, a pluralidade dos mundos e a misericórdia de Deus.
Os números exponenciais exprimem os assistidos pelas muitas frentes de trabalho da entidade. Afinal, quantos seriam os atendidos diante a prova da doença física? Quantos tiveram sua fome mitigada? Quantos aquecidos nas noites frias? Quantos foram beneficiados em leitos domésticos e hospitalares? Quantos se tornaram tarefeiros do Cristo, multiplicando o bem recebido? Qual o alcance das semanas de Kardec? Quantas entidades beneficentes atendidas em suas necessidades? Quantos asilos socorridos? Quantos aflitos alcançados pelo plantão telefônico no Brasil e no mundo? Qual o alcance das lives em meio à pandemia? Quantos assistidos pelos médicos do bem? Será que é mensurável o bem distribuído?
Os grãos de areia talvez possam ilustrar esses números, mas lembremo-nos: a glória da terra nunca poderá revelar a Glória de Deus!
Lágrimas silenciosas percorrem nosso rosto e escrevem: gratidão, dona Isabel! Gratidão!