Rememoremos hoje a passagem em que Jesus ensina sobre a caridade: “Guardai-vos, não façais as vossas boas obras diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis a recompensa da mão de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, dás a esmola, não faças tocar a trombeta diante de ti, como praticam os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem honrados dos homens; em verdade vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Mas, quando dás a esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola fique escondida, e teu Pai, que vê o que fazes em segredo, te pagará” (Mateus, VI: 1-4).
A palavra caridade tem sua etimologia no latim carita, que significa amor. O conceito de caridade deve ser entendido por benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
Na lição, Jesus ensina sobre fazer o bem sem ostentação, esclarecendo sobre o mérito de se praticar a caridade sem aguardar a aprovação dos homens. Para isso, é preciso renunciar à satisfação do testemunho na Terra, aguardando a aprovação de Deus. Na prática da beneficência, nem mesmo a mão esquerda deve saber o que faz a direita, pois que a caridade deve ser delicada e habilidosa, a fim de não aumentar o sofrimento proveniente da necessidade.
D. Isabel Salomão de Campos, em consonância com os ensinos de Jesus, orienta que a caridade é fruto do amor; é por amor que a caridade se exterioriza.
Com atenção às oportunidades diárias, podemos exercitar a caridade moral e a material. A primeira nada custa, embora seja a mais difícil de se praticar, pois que consiste em relevar as faltas alheias, tolerar, silenciar, entender, consolar, exercitando o amar ao próximo como a nós mesmos.
A segunda deve ser exercida com desprendimento e amor, sem humilhar quem recebe.
Pela psicografia de Chico Xavier, Emmanuel nos convida a exercitar a caridade nas suas diversas manifestações: para o faminto se reveste em alimento, para o triste é o consolo, para o ingrato é o esquecimento, para o enfermo é a visita, para a criança é a proteção construtiva, para o velho é o braço amigo, para o ignorante é o ensino, para o estudante é o concurso no aprendizado, para o mau é a paciência, para o inimigo é o silêncio, para o amigo é o estímulo, para o orgulhoso é a humildade, para o impulsivo é a serenidade.
Em tempos de redes sociais e das chamadas ostentações, pratiquemos a caridade desinteressada, sem esperar reconhecimento, gratidão ou retorno, movidos pelo desejo sincero de ajudar ao próximo, compreendendo a máxima: “Fora da caridade não há salvação”.
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