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Os bondes da história de Juiz de Fora

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Em Juiz de Fora, ao longo das últimas cinco décadas, dois fatos podem ser considerados relevantes na história dos transportes públicos: o primeiro refere-se à malfadada decisão de acabar com os bondes elétricos no ano de 1969; a segunda, em frontal oposição à primeira, diz respeito à grandiosidade do projeto viário da Avenida Barão do Rio Branco, que, 30 anos depois de concebido e realizado pelo iluminado prefeito Francisco Antônio de Mello Reis, resiste, ainda que, de lá para cá, a população da cidade tenha dobrado de 250 mil para 500 mil habitantes.

Esse argumento de que os bondes atrapalham o trânsito não tem o menor fundamento. Ao contrário, o trânsito em excesso é que atrapalha o sistema de bondes. Em cidades do primeiro mundo, esses veículos são preservados, e, pelo que consta, continuam prestando excelentes serviços no atendimento da demanda por transporte público.

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Em Juiz de Fora, o descaso para com os bondes foi um erro que poucos administradores públicos ousariam cometer. No nosso caso, os trilhos do sistema de bondes que cortavam a Avenida Rio Branco, desde o Manoel Honório até o Bom Pastor, deveriam ter sido preservados por se tratar de uma concepção viária moderna e extremamente funcional.

Mantidos os binários, os velhos bondes poderiam dar lugar aos modernos Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), possibilitando à velha Rio Branco permanecer plena e apropriadamente aproveitada, como um perfeito corredor corretamente dimensionado: bondes trafegando em linhas paralelas com plataformas de embarque centrais. Nada mais inteligente e operacional, priorizando o transporte público e a qualidade no atendimento da demanda, uma forma de manter a principal artéria viária da cidade, corretamente aproveitada para cumprir o seu importante papel.

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Foram-se os anéis, mas ficaram os dedos, e a centenária Rio Branco aí está cumprindo a sua missão como principal corredor viário de Juiz de Fora, resistindo heroicamente ao intenso volume de tráfego que recebe diariamente.

Se o VLT não cabe no orçamento municipal, a opção pode ser o BRT-BUS Rapid Transit, que, em bom português, traduz-se por sistema de ônibus de maior capacidade, que tem por objeto a prestação de um serviço rápido, confortável, eficiente e de alta qualidade. Sem dúvida, uma possibilidade concreta de atender à demanda, acabando de vez com os pontos superlotados, ônibus desconfortáveis, barulhentos, calorentos e impontuais e provendo um serviço de qualidade que o povo merece.

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