O que é certo ou errado? O que posso fazer ou não? Existe o que é certo e justo? Buscamos a perfeição? Queremos encontrar o caminho da civilidade humana? São perguntas recorrentes na atualidade, mas o que parece é que vivemos a era do “pagando bem, que mal tem!”.
Desculpas aparecem aos montes para justificarem nossas ações, principalmente quando, nestas, os valores que dignificam a espécie humana parecem não encontrar espaço. Todavia aquela velha máxima se faz presente: tudo é relativo e depende dos olhos de quem vê.
Assim, nossas leis, através daquelas brechinhas que permitem a famosa interpretação hermenêutica, a cada dia, acobertam o malfeito, e o que não falta no Brasil são exemplos, mas resumirei todos na figura do traficante Anderson do Rap.
Notamos, também no cotidiano, casos e mais casos de corrupção, que quase na sua totalidade acabam em pizza.
No Brasil, a moda virou guardar dinheiro em casa, não importando se é na cueca, na caixa, no armário ou na mala. Não podemos deixar de mencionar os casos de violência contra a mulher. Quantos casos de pancadaria e estupros são relatados e, absurdamente, tentando culpar a própria mulher. O caso do jogador Robinho está aí como mais um, afinal, como ele diz, a vítima consentiu a barbárie. É muita cara de pau!
Assim, no meio desse turbilhão de ações, o que se percebe é que os valores sociais e humanos estão entrando em extinção. E, como numa selva, salve-se quem puder!
E o que mais choca, e ao mesmo tempo se torna estranho, é que defender, em pleno século XXI, alguns valores também está se tornando perigoso. Significa remar fortemente contra a maré e correr o risco de naufragar no mar bravio de substantivos diversos.
Precisamos encontrar um norte, e não é questão de ser moralista ou paladino da moralidade, mas, sim, querer ser gente, admitir que somos humanos, e, como tais, devemos ao menos tentar viver. Por isso, existem, sim, coisas que são certas e erradas; existem, sim, ações que não devemos cometer; existem, sim, atitudes que denigrem a própria humanidade. Por isso devemos combatê-las ferrenhamente.
Hoje vivemos uma sociedade e muitos maus exemplos, onde o certo é ser errado. Parece que o dia projetado por Rui Barbosa chegou: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. Afinal, creio que não podemos deixar extinguir certos valores que são essenciais para a vida em sociedade.